O ex-sacerdote foi localizado em Rio Bonito, na Região Metropolitana do Rio, por agentes da 72ªDP (São Gonçalo) Reprodução
Publicado 01/04/2023 16:10
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Rio - A Polícia Civil prendeu, neste sábado (1º), um ex-padre católico que descumpriu uma medida protetiva contra a ex-mulher em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Ele também responde a um processo por tortura-castigo, induzimento ao suicídio e estupro de vulnerável — as vítimas são os ex-enteados do suspeito. O homem foi localizado em Rio Bonito por agentes da 72ª DP (São Gonçalo).

De acordo com o delegado Márcio Esteves, o ex-sacerdote também é investigado por estuprar a vítima e descumprir outras medidas protetivas. O Dia

"Ele vinha perseguindo sua ex-companheira e rondando a casa dela, sendo flagrado pelas câmeras de segurança da vizinhança, que já tinha ciência do seu comportamento abusivo e intimidador. Por essa razão, eles advertiram a vítima do perigo que ela vinha correndo", explicou.

Esteves informou ainda que a mulher era constantemente ameaçada de morte pelo preso, ainda no casamento. Após a separação, e ao saber da medida protetiva, ele continuou a ameaçá-la. De acordo com as investigações, o ex-padre mantinha um perfil discreto mas, conforme depoimento da vítima, agia de forma fria e calculista para impor sofrimento psicológico.
Os abusos contra os enteados, que ocorreram em 2020 e 2021, foram registrados na distrital, que encaminhou o inquérito ao Ministério Público. O MP, então, ofereceu denúncia contra o ex-sacerdote pelos três crimes. De acordo com a mulher, seu filho de 6 anos relatou que "escutava uma voz que dizia para ele se matar". Em seguida, ela o levou para atendimento psiquiátrico, onde o menino foi diagnosticado inicialmente com esquizofrenia. No entanto, após ser atendido por uma equipe multidisciplinar, a criança revelou os episódios de violência.
Ainda segundo a denúncia, o garoto era frequentemente deixado de castigo no terraço da casa onde o homem vivia com a família, ficando sem supervisão em um local totalmente aberto. O menino era submetido "a sofrimento físico e mental", sendo agredido e ameaçado. Em um dos episódios, o ex-padre tentou induzir a vítima ao suicídio.
O processo contra os enteados encontra-se no Tribunal do Júri, inclusive com representação por prisão preventiva. Após a prisão, o delegado informou que o preso foi orientado pelo defesa a permanecer em silêncio. Ele será encaminhado para a Seap onde ficará à disposição da Justiça.
O homem abandonou o sacerdócio em 2020. Ele já havia atuado em paróquias de Niterói, Iguaba Grande e Rio Bonito, além de ser ex-missionário da Igreja Católica nos Estados Unidos.
Em nota, a Arquidiocese de Niterói informou que lamenta profundamente o fato ocorrido e observa que o referido senhor encontra-se suspenso do ministério sacerdotal desde setembro de 2020, quando pediu desligamento de suas funções e de sua missão de padre junto à Igreja.
"Desde então, não temos notícias precisas sobre sua vida pessoal. Desde já nos colocamos em oração para que tudo se resolva conforme a verdade, a justiça e a paz", acrescentou em comunicado.
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