Publicado 10/04/2023 17:04 | Atualizado 10/04/2023 18:01
Rio - Biólogos do Instituto Vital Brazil (IVB), em Niterói, tiveram uma surpresa para lá de incomum, na quinta-feira da semana passada (6), durantes o nascimento de um filhote de cobra. Isso porque a cria da espécie jararaca nasceu com condição rara chamada de bicefalia, que a fez ter duas cabeças. Segundo os especialistas, esse tipo de deformação ocorre apenas em cerca de um a cada cem mil nascimentos de serpentes.
A cobra filhote já nasceu morta, o que é comum em espécies com esse tipo de condição, explicaram os biólogos. Mas mesmo assim, o animal servirá de base para uma série de estudos realizados no instituto, onde a cobra será incluída na coleção científica do IVB. A ideia dos biólogos é usar o animal para estudos em diversas áreas.
"Este espécime pode gerar conhecimentos importantes em teratologia, que é a área da ciência que se dedica ao estudo das anomalias e malformações ligadas ao desenvolvimento embrionário. Este conhecimento pode, inclusive, vir a ser aplicado em outras especialidades, como as voltadas à saúde humana", explicou o biólogo Breno Hamdan.
Ainda segundo ele, o exemplar pode colaborar com um estudo para responder a um velho dilema das ciências, que é o papel da genética e do ambiente na formação dos indivíduos. De acordo com Handam, as escamas são uma característica importante na identificação de espécies de serpentes e a influência genética e ambiental na formação das suas escamas pode ser estudada a partir deste filhote.
"Simplificando, o que fazemos é comparar as escamas das duas cabeças. Uma vez que a bicefalia ocorre quando dois gêmeos monozigóticos (que provém do mesmo zigoto, a primeira célula formada pela fusão do espermatozóide com o óvulo materno) não conseguem se separar durante o desenvolvimento do embrião, o esperado é que as escamas sejam idênticas. Caso não sejam, há indícios de que a formação das escamas sofreu influência epigenética, isto é, sofreu influência do ambiente", esclarece o biólogo.
"Simplificando, o que fazemos é comparar as escamas das duas cabeças. Uma vez que a bicefalia ocorre quando dois gêmeos monozigóticos (que provém do mesmo zigoto, a primeira célula formada pela fusão do espermatozóide com o óvulo materno) não conseguem se separar durante o desenvolvimento do embrião, o esperado é que as escamas sejam idênticas. Caso não sejam, há indícios de que a formação das escamas sofreu influência epigenética, isto é, sofreu influência do ambiente", esclarece o biólogo.
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