Publicado 13/04/2023 20:25 | Atualizado 13/04/2023 20:32
Rio - Após ser condenada a dez anos e oito meses pelo crime de tortura contra o ex-marido, Veronica Costa se defendeu, nesta quinta-feira (13), durante sessão plenária na Câmara Municipal do Rio. De acordo com a vereadora, ao decidir por sua condenação, o Poder Judiciário não estaria levando em conta as provas técnicas apresentadas por sua defesa.
Ainda segundo Veronica, seus advogados tem como base de sua defesa os exames de corpo de delito seus de de sua família, mostrando a ausência de ferimentos, que poderiam provar sua inocência. "Se você tortura alguém, você tem que ter um arranhão no corpo de luta, alguém tem que tentar se defender. Meu ex-marido tinha que tentar se defender. O nosso exame de corpo de delito foi feito, não tinha um arranhão", argumentou.
"Eu quero falar para vocês que os laudos onde o meu ex-marido me acusa de ter sangue na minha casa são inconclusivos, não deram positivo. Eu quero falar para vocês que muitas são as provas, mas eu estou tão anestesiada, tão apavorada, tão machucada", continuou.
Ainda em sua defesa, a vereadora alegou que nasceu para amar pessoas e que não saberia nem deferir um soco contra alguém. "Eu vou lutar até a última instância, até o infinito para falar da minha inocência. Eu vou falar porque eu sou uma mulher sofrida, mas eu sou guerreira. Eu vim da miséria", disse.
Relembre o caso
Conhecida como 'Mãe Loira', a vereadora foi condenada a dez anos e oito meses de prisão por tortura contra o ex-marido Márcio Costa. O caso está em segredo de Justiça. A pena da parlamentar foi aumentada na terça-feira (11) na segunda instância em audiência na 2ª Câmara Criminal. O Ministério Público recorreu contra a pena fixada na primeira instância, que estava em cinco anos e 10 meses.
O ex-marido da funkeira e vereadora denunciou a violência em fevereiro de 2011, enquanto os dois ainda eram casados. A Justiça também determinou que Verônica perca o cargo na Câmara de Vereadores.
Quatro parentes também foram condenados e tiveram as penas aumentadas: Bruno Chaves Ribeiro em 10 anos e oito meses de prisão; Tatiane Chaves Ribeiro, Bruno Marcelo Bahia Marques e Sebastião de Oliveira Evangelista, em 10 anos.
Márcio Costa mora nos Estados Unidos e alega ter sofrido diversas ameaças de morte. Na época, ele afirmou que o grupo o agrediu fisicamente, jogou um produto químico em seu corpo e ameaçou incendiá-lo. A vítima afirmou que Verônica afirmava que ele tinha uma amante e que tinha roubado seu dinheiro.
A Câmara Municipal do Rio informou, nesta quinta-feira (13), que não vai representar contra a vereadora Veronica Costa (PL) no Conselho de Ética e Decoro, após ela ter sido condenada por tortura contra o ex-marido.
A Câmara esclareceu que teve conhecimento do aumento de pena por meio da imprensa e que ainda não teve acesso à decisão judicial. O processo contra a vereadora tramita em segredo de Justiça. Ainda de acordo com a Casa, a legislação vigente exige que os fatos que podem gerar processo por quebra de decoro tenham acontecido durante o mandato do parlamentar, diferente do caso de Veronica Costa, já que o crime foi denunciado em um período em que ela não ocupava o cargo.
A parlamentar ocupa uma cadeira na Câmara Municipal do Rio desde 2001. Atualmente, é presidente da Comissão de Prevenção às Drogas e vice-presidente da Comissão de Defesa da Mulher.
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