Isabella Barbosa Meireles, filha da vítima, e Roberto Carlos Lyra, o genro, estiveram no IML para liberação do corpoMarcos Porto/Agência O Dia
Publicado 18/04/2023 19:20 | Atualizado 18/04/2023 21:07
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Rio – A enfermeira aposentada Alair Barbosa Meireles, de 72 anos, que morreu após ser agredida durante um assalto em Copacabana, na Zona Sul, será enterrada nesta quarta-feira (19), às 14h, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, também na Zona Sul.
Alair foi vítima de um roubo na Rua Paula Freitas, próximo à Praia de Copacabana, no último domingo (16), enquanto passeava com amigas, a caminho de um quiosque com música ao vivo que costumava frequentar aos fins de semana. Ao ser surpreendida por dois homens, dona Lalá, como era carinhosamente chamada, segurou seu cordão, por reflexo, e acabou sendo derrubada pela força usada por um dos assaltantes para roubar o objeto. A queda causou traumatismo craniado e hemorragia cerebral.
Ela chegou a ser encaminhada para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, Zona Sul, onde passou por cirurgia, mas não resistiu.
Familiares de Alair estiveram no Instituto Médico Legal (IML) no Centro do Rio, nesta terça-feira (18) para reconhecimento e liberação do corpo.
Aos prantos, a enfermeira Isabela Barbosa Meireles, filha da vítima, falou sobre os cuidados da mãe com a saúde e sua vontade de aproveitar a vida.
"Minha mãe era uma idosa extremamente saudável, se cuidava demais, ela gostava muito de aproveitar a vida, de viajar. Estar com os amigos e com a família, era o que mais gostava de fazer. Ela era uma pessoa extremamente caridosa, ajudava todo mundo, no nível de pegar um mendigo no meio da rua e colocar dentro da casa dela para dar banho", desabafou.
A filha da vítima disse ainda sobre o receio de Alair de sofrer violência no Rio: "Ela tinha muito medo de assalto, não andava com cartão de débito na bolsa, o celular com aplicativo do banco ficava em casa porque ela tinha medo de roubarem. Então ela tinha essa preocupação, eu tenho inclusive dúvidas se o cordão que estava usando era de ouro, porque ela não andava com joia, com nada disso", disse a filha da vítima. E ainda completou.

"Ela não gostava de viver aqui, por isso que ela viajava, ela dizia que quando botava o pé no avião, no navio, se esquecia dos problemas e se sentia segura fora do Rio. É muito triste que ela, num momento tão bom da vida dela, que estava vivendo, aproveitando, tenha sido vítima dessa violência que tanto abominava".
O enfermeiro e professor universitário da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), Roberto Carlos Lira da Silva, que é genro da vítima, disse que a idosa tinha vontade de deixar o estado junto dele e de sua filha, após a aposentadoria do casal. "Ela tinha esse medo, que nós também temos, nós temos o verdadeiro pavor dessa cidade. A gente tinha essa promessa de que iríamos levar ela conosco quando saímos do Rio de Janeiro", explicou.

Um adolescente de 17 anos chegou a ser agredido por banhistas que o apontaram como o responsável pelo crime. Com isso, os policiais do 19º BPM (Copacabana) encaminharam o menor para a 12ª DP (Copacabana), mas ele negou ter cometido o furto.

De acordo com a Polícia Civil, os militares afirmaram que não presenciaram o fato e que as testemunhas não quiserem comparecer na delegacia. Além disso, duas pessoas que estavam com a vítima afirmaram que não tinham condições de reconhecê-lo como autor do furto. Dessa forma, ele foi liberado pelos agentes.
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