Publicado 20/04/2023 20:10
Rio - A Justiça do Rio determinou que a vereadora de Niterói, Benny Briolly (Psol) tenha escolta e outras medidas de segurança para garantir a sua integridade física e a continuidade do seu exercício em toda a região do Rio.
"Eu, como mulher, preta e primeira travesti eleita em Niterói, carrego em meu corpo pautas que sempre foram alvos dessa sociedade patriarcal, lgbtfobia e racista. Sempre sofri diversos ataques, como as pesquisas apontam, estamos no país que mais mata pessoas trans e travestis em todo o mundo", disse Benny.
Segundo ela, no final de 2020, após vencer a eleição e antes mesmo de tomar posse, alguns ataques se intensificaram e ela chegou a receber um e-mail que a ameaçava de morte caso não renunciasse ao mandato de vereadora do município de Niterói contendo o meu endereço no qual residia naquela época.
"A partir daí, recebemos diversos outros e-mails nessa linha, até chegar ao ponto de eu ter que me afastar do país no mês de maio de 2021. Foi nessa época, quando estava impedida de exercer o mandato presencialmente em decorrência das ameaças, que o Programa de Proteção a Defensores e Defensoras de Direitos Humanos me procurou e passei a integrá-lo", explicou ela.
Apesar de estar inserida no Programa, as ameaças aumentaram em dezembro de 2021, segundo Benny. "A partir daí, foram mais de 30 ameaças recebidas, com ofensas profundamente racistas e transfóbicas. Realizamos diversas reuniões com o PPDDH solicitando que medidas de segurança fossem tomadas e todas as horas que passávamos em reuniões eram inúteis, nada mudava".
Benny explicou que é uma grande vitória não só para ela, mas para todos aqueles e aquelas as quais representa. "Seguirei bravamente no que se refere aos interesses do povo. Se tanto me atacam, é um forte indício de que estou na direção certa. Não serei interrompida".
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