Publicado 30/04/2023 14:46
Rio - O miliciano Bruno Barbosa Ramalho, de 35 anos, foi novamente preso, na manhã deste domingo (30), após agredir um homem dentro de uma lanchonete na Avenida Braz de Pina, em Vista Alegre, Zona Norte do Rio. Dono de uma extensa ficha criminal, dessa vez, ele foi detido por ameaça e porte ilegal de arma de fogo.
De acordo com a PM, os agentes do Bairro Presente Irajá foram acionados pela vítima, que indicou a localização do criminoso. A equipe se direcionou ao estabelecimento e prendeu Bruno com uma pistola e munições. O suspeito foi encaminhado à 27ª DP (Vicente de Carvalho).
Integrante de uma das milicias mais violentas de Duque de Caxias, Bruno possui seis anotações criminais por homicídios, desde do simples ao qualificado. Além disso, em seu nome constam cerca de 10 processos criminais, nos quais praticou como integrante da organização criminosa.
O miliciano foi preso pela primeira vez em janeiro de 2015 e deixou o presídio em setembro de 2021. Ele respondeu a processos por homicídio e formação de quadrilha.
Os primeiros relatos apontam que a quadrilha age desde 2007, nos bairros do Pantanal, Parque Fluminense, Parque Muísa, São Bento, Pilar, Vila Rosário, Vila São José, Parque Suécia, Lote XV, Sarapuí, Vila Guaíra, Jardim Leal e Gramacho, bairros localizados no município de Duque de Caxias. O grupo é acusado de praticar diversos crimes como extorsão, relacionados a supostos serviços de 'segurança' e de 'proteção', além do fornecimento de gás, serviços de distribuição de internet e TV a cabo clandestina. Os homicídios qualificados também entram na lista.
Os integrantes da quadrilha também já monopolizaram a venda de cestas básicas, vendiam armas de fogo a traficantes do Complexo do Alemão e a outros criminosos e lida com agiotagem, além de desbulho de propriedades, parcelamento irregular do solo urbano e controle do uso de máquinas de jogos de azar.
Bruno integrava a quadrilha junto com seus dois irmãos, Marcelo Barbosa Ramalho; o 'MM' e o ex-policial militar Rodrigo Barbosa Ramalho. Entre 2011 e 2012, Marcelo e Bruno foram julgados pela morte de Carlos Alberto Gonçalves da Fonseca, em um bar em Duque de Caxias, juntamente com outros milicianos. A motivação da morte não foi esclarecida.
Em 2013, 'Jonas é Nós' e 'Fabinho é Nós', líderes da quadrilha, foram denunciados por coação de processo em um caso de homicídio qualificado, juntamente com Bruno e Marcelo. No período entre fevereiro de 2012 e fevereiro de 2013, eles ameaçaram de morte, de maneira recorrente, duas testemunhas do inquérito policial que investigou a morte de Joilson Fernandes da Silva. Ele era um dos cinco colaboradores de uma operação que identificou a atuação de integrantes da milícia.
Já em 2015, Marcelo, que é apontado como o matador da milícia, foi preso por policiais da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) após serem expedidos dois mandado por homicídio qualificado em seu nome. No mesmo ano, Bruno também foi preso, em um deposito de gás, na cidade de Jaboatão dos Guararapemeu, no estado de Pernambuco. Ele foi capturado pela morte de Allan dos Santos de Castro, 27 anos, que foi assassinado a tiros no dia 13 de junho de 2014.
Alan não era o alvo da milícia que Bruno integrava, mas estava ao lado de um homem que teve a morte decretada pelo bando. O homem jurado de morte conseguiu fugir, mas Alan acabou sendo morto. Segundo as investigações da época, o alvo dos milicianos teria matado um morador local e por isso estaria sendo procurado.
Na época, Bruno foi trazido para o Rio de Janeiro e encaminhado ao Complexo Penitenciário de Bangu, na Zona Oeste. Na ocasião, ele já havia sido preso por outro homicídio, ocorrido em 2012 e por um mandado de prisão por formação de quadrilha, de 2010.
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