Publicado 04/05/2023 12:25
Rio - Um vigilante foi morto durante um ataque a tiros em um posto de combustíveis na Avenida Brasil, próximo ao Mercado São Sebastião, no bairro da Penha, na Zona Norte do Rio. Segundo familiares, Vinícius Costa Cunha de Andrade, de 31 anos, chegou a ser socorrido e entrou em contato com a esposa para informar que havia sido baleado, mas não resistiu aos ferimentos. Na manhã desta quinta-feira (4), parentes estiveram no Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, no Centro, para liberar o corpo da vítima.
Segundo o irmão do vigilante, que preferiu não se identificar, o caso aconteceu na madrugada de segunda-feira (1º), por volta de 0h10. Vinícius e outros dois colegas estavam no posto, quando criminosos que teriam vindo da comunidade da Kelson's atiraram contra eles. O familiar relatou que a vítima começava um novo emprego no mercado São Sebastião naquele dia, pela empresa que estava montando com outros empresários. Por ser recente, ele não estava com uniforme ou veículo da companhia, nem com arma de fogo, mas vestia roupa tática pessoal e usava um cassetete. O trio estava no carro particular de um dos amigos dele.
De acordo com o parente, um dos colegas do irmão, que não foi identificado, também foi atingido e estaria internado em estado grave, enquanto o outro não se feriu. Entretanto, de acordo com a Polícia Militar, o 16º BPM (Olaria) foi acionado na madrugada de segunda-feira para checar a entrada de uma vítima de disparos de arma de fogo no Hospital Estadual Getúlio Vargas, também na Penha. Depois, as equipes foram informadas que Vinícius foi atendido no Hospital Municipal Moacyr do Carmo, no município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Ainda segundo a PM, só houve o registro de um baleado na ocorrência. A corporação disse ainda que o local do crime foi isolado para preservar o trabalho da perícia da 38ª DP (Brás de Pina), onde o caso foi registrado. O irmão do vigilante relatou ainda que ao chegar na unidade da Baixada Fluminense, ele estava lúcido e mandou uma mensagem para a esposa pelo telefone de uma funcionária. Após o contato, familiares seguiram para o hospital, mas tiveram dificuldades em conseguir notícias de Vinícius com a equipe médica.
"(O Vinícius) chegou andando no hospital, se identificou com a carteirinha dele de vigilante, ainda falou para uma enfermeira: 'eu perdi meu telefone, mas eu sei o WhatsApp da minha esposa, tem como mandar uma mensagem para ela, falar que estou aqui, baleado?'. A enfermeira entrou em contato com minha cunhada, minha cunhada ficou desesperada e todo mundo se deslocou para o hospital. Chegando no hospital, nada de notícia, tinha que aguardar até de manhã. De manhã, nada, aí tem que esperar até 15h para o médico vir falar, dava 15h e o médico não vinha falar. A gente foi saber na terça, mais ou menos, o que aconteceu", relatou Vitor.
A vítima, que foi atingida por, pelo menos, um disparo, não resistiu aos ferimentos e morreu às 22h da última terça-feira (2). Entretanto, o corpo só chegou ao IML nesta quinta-feira, porque, segundo o irmão, o hospital teria emitido o documento de liberação sem o nome de Vinícius, o que teria atrasado os trâmites. "Desrespeito total com o familiar. Passamos por essa dificuldade, essa dor, e o hospital não deu suporte para a gente, nenhum. (Funcionários) falando: 'aguarda, espera, vocês são apenas mais um'", desabafou. O vigilante deixa a companheira e cinco filhos.
O corpo da vítima será sepultado na tarde desta quinta-feira, no Cemitério de Raiz da Serra, em Magé, na Baixada Fluminense. "Meu irmão era um chefe de família, meu irmão tinha cinco filhos, todos 'de menor', pequenos. Meu irmão era do bem, não fazia nada, sempre agiu certo com a família, agiu certo com todo mundo, e foi morto por essa fatalidade, mais uma injustiça nesse Brasil", lamentou o irmão. De acordo com a Polícia Civil, o caso será encaminhado para a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), "que dará continuidade às investigações para esclarecer os fatos".
Em nota, a Prefeitura de Duque de Caxias informou que a vítima deu entrada no hospital em estado gravíssimos, com ferimentos de tiro no quadril e nas pernas, e foi encaminhado imediatamente ao centro cirúrgico.
"Após o procedimento, ele ficou internado na UPG (Unidade de Pacientes Graves), onde o Serviço Social e médicos receberam os familiares do paciente e passaram as informações sobre o quadro gravíssimo. A direção do hospital esclarece que o corpo foi encaminhado ao IML, como é padrão nos casos de óbito por perfuração por arma de fogo. A direção ressalta que está a disposição dos familiares para maiores esclarecimentos", informou em nota.
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