Funcionários da prefeitura de Duque de Caxias são investigados por fraudes na vacinação de BolsonaroDivulgação
Publicado 05/05/2023 18:36 | Atualizado 05/05/2023 18:52
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Rio - A Prefeitura de Duque de Caxias instaurou uma sindicância, nesta quinta-feira (4), para apurar a denúncia sobre o esquema de falsificação e adulteração em cartões de vacina contra a covid-19 do ex-presidente Jair Bolsonaro, da filha, Laura Bolsonaro, e de pelo menos outras três pessoas. As investigações dos fatos estão sob a responsabilidade da Polícia Federal, que deflagrou na quarta-feira (3) a Operação Venire.
De acordo com a PF, as inserções de dados falsos ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022 e tiveram como consequência "a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a covid-19 dos beneficiários". A chefe da central de vacinação do município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, Cláudia Helena da Costa Rodrigues, é citada nas investigações como a responsável de ter retirado os dados da vacinação de Bolsonaro no dia 27 de dezembro do ano passado. Três dias após a exclusão das informações, em 30 de dezembro, o ex-presidente viajou aos EUA, onde ficou até março deste ano.
Além desta servidora, o secretário de Governo do município, João Carlos de Sousa Brecha, também foi preso na operação suspeito de envolvimento no esquema criminoso. O deputado federal Gutemberg Reis (MDB), irmão do ex-prefeito de Caxias e atual secretário estadual de Transportes do Rio Washington Reis, também foi alvo de busca e apreensão. A Polícia Federal foi a endereços ligados ao parlamentar no município da Baixada Fluminense.
Bolsonaro nega acusações
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou que tenha feito qualquer fraude no documento ou que tenha se imunizado contra a covid-19, como consta no sistema do Ministério da Saúde. Na saída de sua casa em Brasília, na quarta-feira (3), onde a PF apreendeu seu telefone celular, Bolsonaro afirmou que a operação policial é para "criar um fato".
De acordo com Bolsonaro, seu celular levado pelos policiais não tem senha porque ele não tem nada a esconder. "Nunca me foi pedido cartão de vacina, não existe adulteração da minha parte", defendeu-se o ex-presidente. "Não tomei vacina porque li a bula da Pfizer, só isso e mais nada", acrescentou.
Ele ressalta que sua filha, Laura Bolsonaro, também não tomou vacina, apesar de a PF ter identificado vacinação e agora investiga a possibilidade de fraude no documento. "Em momento nenhum falei que tomei a vacina, e não tomei", seguiu, em linha com a campanha antivacina contra a covid-19 feita ao longo de seu governo. "Que bom se estivéssemos em um país democrático para discutir todos os assuntos. Tem assunto proibido no Brasil e um deles é vacina", reclamou Bolsonaro.
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