Publicado 06/05/2023 10:06
Rio - O pai e a mãe de Arthur Moreira Gonçalves, 13, morto por uma bala perdida no pescoço dentro de casa no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio, estiveram no Instituto Médico Legal (IML) do Centro para liberar o corpo do jovem, neste sábado (6). "Era um menino carinhoso com os pais, irmãos. Falava que queria ser paraquedista igual os irmãos mais velhos e meu marido. Só tenho que agradecer a Deus por ter me dado ele de presente. É muita dor, eu só queria meu filho de volta, ele era extremamente alegre", desabafou a mãe, Aline Gonçalves.
Amigos afirmaram que o adolescente era considerado uma promessa do skate brasileiro. Nas redes sociais, colegas de pista contaram que ele era apaixonado pelo esporte e tinha o sonho de disputar campeonatos internacionais. No ano passado, Arthur ficou em terceiro lugar no campeonato organizado pela Prefeitura de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, o "1º Horto Street Art".
"Teu futuro era ser um dos maiores do Brasil. Com 13 anos já era um dos melhores, mas você foi recolhido precocemente. Nosso orgulho! Dói no coração, dói na alma"; "Num dia qualquer fui na pista de skate e tive a honra de fazer umas fotos desse molecão que era fera. Futuro do skate e hoje você se foi", lamentaram amigos.
Parentes também deixaram mensagens de carinho para a família de Arthur, lembrando de como era a personalidade dele. "Um menino de ouro, talentoso, alegre, divertido e iluminado. Vai com Deus", escreveu uma tia.
Ainda não há informações sobre o local e horário do enterro do menino.
O caso
Arthur foi baleado dentro de casa, na Rua Carlota Macedo Soares, no Recreio. Bombeiros do quartel do Recreio foram acionados às 12h30 para socorrê-lo. O adolescente chegou a ser levado às pressas para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, mas não resistiu e morreu momentos depois.
Nas redes sociais, moradores disseram não ter ouvido tiroteio na localidade por volta das 12h. Procurada, a Polícia Militar também informou que não realizou nenhuma ação na região, na sexta-feira (5).
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga o caso. Agentes estão ouvindo familiares e testemunhas e realizam outras diligências para esclarecer os fatos.
Segundo o Instituto Fogo Cruzado, Arthur foi a 71ª vítima de bala perdida no Grande Rio entre 1 de janeiro e 5 de maio: 24 morreram e 47 ficaram feridas. Em comparação com o mesmo período do ano passado, que registrou 41 vítimas, o número aumentou em 75%.
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