Motoristas fizeram carreata pelo Centro do RioMarcos Porto
Publicado 15/05/2023 11:49
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Rio - Motoristas de aplicativo de transporte do Rio realizaram, nesta segunda-feira (15), um protesto pedindo melhorias na remuneração da categoria. Os condutores, que paralizaram o serviço por 24h, saíram em carreata do Aeroporto Santos Dumont e seguiram até o escritório da Uber, na Avenida Presidente Vargas, no Centro. Eles reivindicam que os profissionais embolsem pelo menos R$ 10 para cada corrida aceita e que ganhem R$ 2 para cada quilômetro rodado.
Motorista de aplicativo desde 2014, Denis Moura, 53 anos, contou que motoristas e passageiros são manipulados pelas plataformas. "Estamos solicitando que as plataformas melhorem a tarifa mínima e o preço ganho do motorista. No início da Uber, a gente pagava 20% por cada corrida, agora, chegamos a pagar 60%. O passageiro paga um determinado valor e o aplicativo repassa ao motorista apenas o quilômetro rodado. Sem falar que as empresas manipulam os valores, pois dois passageiros podem pagar preços diferentes solicitando a mesma corrida", disse.
"As plataformas, normalmente, têm por hábito não ouvir o motorista. Aqui na cidade do Rio, existem mais de 100 mil carros cadastrados, entra e sai o motorista o tempo todo, e se aproveitam disso para enviar pesquisas de satisfação e divulgá-las. Se chegamos para conversar, eles não colocam a cara para falar conosco. A partir de hoje, nenhum motorista de hoje vai aceitar corrida inferior a R$10, assim não ganha dinheiro e ninguém trabalha de graça", completou Denis.
Luiz Carlos Correia de Albuquerque, presidente do Sindmobi – Sindicato que representa esses profissionais —, afirmou que a paralisação foi nacional. "São 16 estados participando. Os motoristas não aguentam mais ser explorados. Essas empresas estão gastando milhões em festas para funcionários em outros estados e para fazer lobby para impedir que nenhum projeto favoreça motoristas. Hoje, os colaboradores não conseguem pagar seu custo operacional, os descontos são absurdos. Estamos lutando contra a precarização do trabalho. Esperamos que o Governo Federal faça uma regulamentação que atenda a dor da categoria", pontuou.
Procurada pelo DIA, a Uber e a 99 ainda não retornaram. O espaço está aberto para manifestações.
Motoristas de aplicativos fazem greve em todo o país
Motoristas de aplicativos como Uber e 99 entraram em greve em todo o Brasil nesta segunda-feira (15). A paralisação, estimada para durar 24 horas, é de iniciativa da Federação dos Motoristas por Aplicativos do Brasil (Fembrapp) e da Associação de Motoristas de Aplicativos de São Paulo (Amasp). As entidades calculam que 70% dos profissionais da categoria em todo o país devem aderir à greve.
O presidente da Amasp, Eduardo Lima de Souza, disse que a paralisação é porque o motorista de aplicativo está recebendo o mesmo desde 2016. “Até hoje, o motorista mantém o valor das corridas ganhando a mesma coisa. O setor automobilístico aumentou suas peças, o valor do veículo, o petróleo teve aumentos consecutivos, e as empresas não acompanharam esse aumento”, explicou.
Outra reivindicação da categoria é com relação ao sistema de cobrança. “De 2019 para cá as empresas mudaram o sistema de cobrança. Antes, você saía da sua casa para ir para o seu trabalho, por exemplo, você sabia que esse valor informado seria o mesmo que você pagaria. Atualmente não é isso mais, e com isso também a taxa cobrada dos motoristas também está sofrendo essa variação”, lamentou.
*Colaborou Marcos Porto.
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