Publicado 18/05/2023 14:59
Rio - A Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Jacarepaguá indiciou o cuidador de Arlindo Cruz por importunação sexual. Flora Cruz, 20, acusou o funcionário de seu pai de tocar seu corpo, sem autorização, em seu quarto, no dia 24 de abril. Em um longo texto nas redes sociais, a jovem deu mais detalhes sobre a situação e afirmou que expôs o caso como medida de segurança e como forma de alerta para outras mulheres.
Segundo a Polícia Civil, o inquérito foi concluído e encaminhado ao Ministério Público do Rio (MPRJ) após Flora Cruz e o autor prestarem depoimentos. Agora, os promotores analisam as provas para decidir se irão realizar a denúncia à Justiça.
O crime de importunação sexual está previsto no artigo 215-A, da Lei n.º 13.718, quando se pratica contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso para satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro. A pena é de um a cinco anos de reclusão. A tipificação surgiu em setembro de 2018, com os casos de ejaculação no transporte público.
Leia a denúncia de Flora na íntegra
"Oi, diferente de tudo o que vocês já viram aqui, está me doendo muito ter que escrever esse texto. Pela exposição, pelo que vivi, por medo e por saber que não fui e não serei a última mulher a passar por isso. Na madrugada do dia 24 de abril eu fui vítima de importunação sexual. Não falei nada antes por medidas de segurança. Todo conteúdo que vocês viram aqui nesses dias eram gravados e faziam parte de um cronograma de trabalhos", começou.
"Resolvi tornar pública a situação, para me proteger e usar minha voz para que mais mulheres não se calem. Eu, dentro da minha casa, achando que estava segura, com uma pessoa que estava ali pra cuidar da saúde do meu pai. Tive meu corpo tocado, sem minha autorização, com a justificativa de que eu estava de baby doll e como homem era muito difícil resistir. Dentro da minha casa, no meu quarto, onde eu deveria me sentir segura. Exponho essa situação como medida de segurança e para usar a minha voz como um alerta. Todas as questões judiciais estão sendo resolvidas por meus advogados", continuou.
"Não importa a roupa que você está usando, ou a ausência dela, se você bebeu, se está acordada ou se está dormindo. Não é não. E o corpo do outro não deve ser tocado sem consentimento. Eu estou assustada, com medo, com vergonha de ter e precisar me expor dessa forma, e sem muito mais o que dizer. Ainda está muito difícil assimilar tudo isso. Agradeço ao cuidado e carinho da minha família, meus amigos e minha equipe que me acolheu nesse momento. E peço, com todo meu coração, que se você passou ou está passando por algo parecido, que não se cale. Com amor, Flora Cruz", finalizou.
"Resolvi tornar pública a situação, para me proteger e usar minha voz para que mais mulheres não se calem. Eu, dentro da minha casa, achando que estava segura, com uma pessoa que estava ali pra cuidar da saúde do meu pai. Tive meu corpo tocado, sem minha autorização, com a justificativa de que eu estava de baby doll e como homem era muito difícil resistir. Dentro da minha casa, no meu quarto, onde eu deveria me sentir segura. Exponho essa situação como medida de segurança e para usar a minha voz como um alerta. Todas as questões judiciais estão sendo resolvidas por meus advogados", continuou.
"Não importa a roupa que você está usando, ou a ausência dela, se você bebeu, se está acordada ou se está dormindo. Não é não. E o corpo do outro não deve ser tocado sem consentimento. Eu estou assustada, com medo, com vergonha de ter e precisar me expor dessa forma, e sem muito mais o que dizer. Ainda está muito difícil assimilar tudo isso. Agradeço ao cuidado e carinho da minha família, meus amigos e minha equipe que me acolheu nesse momento. E peço, com todo meu coração, que se você passou ou está passando por algo parecido, que não se cale. Com amor, Flora Cruz", finalizou.
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