Polícia Civil tenta identificar traficantes filmados por influenciador grego no Chapadão

Rio - A Polícia Civil tenta identificar os criminosos que aparecem em um vídeo publicado pelo influenciador grego Timmy Karter. O vídeo, publicado no fim de abril em seu canal na plataforma Rumble, mostra a atividade de traficantes de drogas no Complexo do Chapadão, na Zona Norte do Rio.

Apesar de não filmar o rosto dos bandidos, o turista conversa com eles por cerca de três minutos nas imagens publicadas.

O vídeo teria sido gravado durante o Carnaval deste ano, quando Timmy estava no Rio de Janeiro. Em seu canal no Youtube, que conta com mais de 130 mil inscritos, ele publicou um conteúdo mostrando o dia a dia na comunidade, onde ficou por cerca de um dia e meio. No material gravado no Complexo do Chapadão, ele também mostra a rotina de moradores - vai a uma festa, mostra um jogo de futebol, corta o cabelo, entre outras atividades.

A publicação de atividades criminosas é proibida pelo Youtube. Com isso, as imagens do tráfico de drogas foram postadas na plataforma Rumble. As imagens mostram nitidamente bancadas com diversos entorpecentes, como maconha, cocaína e lança-perfume. Os traficantes ainda incentivam a filmagem.

"Olha aqui, irmão. Olha aqui que coisa linda! Fica à vontade", diz um dos traficantes, apontando para o material à venda. Outro ainda pede para que ele tire foto do banner da barraca, onde aparece a sigla CV (Comando Vermelho). "Caramba", responde o estrangeiro.

Timmy também conversa com os criminosos sobre o preço das drogas. Ele pergunta se três gramas de cocaína custam 4 dólares, e o traficante responde que o preço é R$ 20. "Cara, eu trabalhava em Londres. Quanto custa isso em Londres? Chuta. Três gramas de cocaína são 150 libras (equivalente a cerca de R$ 910). São quase 200 dólares", diz o grego.

"Mil reais por três gramas?", pergunta, surpreso, o criminoso, que ainda faz uma sugestão: "O bagulho é você transferir esse 'pó de 20' para lá (Europa)". Timmy rechaça a ideia e afirma que acabaria preso pela polícia.