Publicado 24/05/2023 10:40
Rio- Referência para a arquitetura, o Palácio Gustavo Capanema, no Centro do Rio, deverá ser entregue à população em 2024. Do térreo ao terraço, o prédio receberá um conjunto de espaços para exposições sobre arte, cultura popular e manifestações afro-brasileiras. O local também abrigará atividades administrativas dos órgãos vinculados ao Ministério da Cultura. A nova proposta de ocupação foi apresentada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no último dia 15.
A reunião contou com a presença da ministra da Cultura, Margareth Menezes, do secretário-executivo do MinC, Marcio Tavares dos Santos, e do presidente do Iphan, Leandro Grass, além de representantes de outras instituições vinculadas ao MinC, como a Fundação Nacional de Artes (Funarte), a Fundação Cultural Palmares (FCP) e a Fundação Biblioteca Nacional (FBN), Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e da Agência Nacional de Cinema (Ancine).
O objetivo do encontro foi apresentar e debater uma proposta de uso do edifício, que está em reforma desde 2018, reunindo as instituições que possuíam atividades nos pavimentos do prédio; além de uma nova perspectiva para a edificação.
O presidente do Iphan destacou que a nova gestão, desde o início, priorizou o acompanhamento das obras. "Esse é um símbolo nacional, um importante bem do patrimônio moderno, e que em breve estará novamente acessível à população, por meio de exposições, ações de educação patrimonial e outros projetos importantes."
Dentre as sugestões para uso, está a de tornar o "pavimento do ministro", onde há um terraço jardim e o espaço Cândido Portinari, num pavimento visitável. O nono andar, por exemplo, que antes recebia apenas aulas vinculadas ao mestrado profissional do Iphan, deverá se tornar um espaço multiuso aberto ao usufruto da sociedade.
A perspectiva é de que os quatro últimos andares recebam exposições. Haverá um local para mostras do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, da Fundação Cultura Palmares, do Instituto Brasileiro de Museus e da Fundação Nacional de Artes. No terraço, que tem uma vista privilegiada para a cidade do Rio, serão mantidos um café e um restaurante.
Trajetória
O prédio foi projetado para receber o Ministério da Educação e Saúde, tendo sua construção iniciada em 1937 e concluída em 1945, durante o governo de Getúlio Vargas. A edificação é considerada um marco na elaboração da arquitetura modernista brasileira, responsável por alçar o Brasil a referência internacional. De sua concepção, participaram arquitetos como Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy e Jorge M. Moreira, tendo à frente Lucio Costa. O projeto também contou com a consultoria do arquiteto francês Le Corbusier.
Foi posteriormente nomeado Palácio Gustavo Capanema, homenagem ao então ministro da educação e saúde, quando da execução do projeto. O palácio também se tornou recanto de importantes referências artísticas nacionais. Ele guarda quadros e murais de Candido Portinari, esculturas de Bruno Giorgio, Adriana Janacópulos, Celso Antônio e Jacques Lipchitz, além dos jardins de Burle Marx.
Em 2016, o local foi ocupado por movimentos sociais e artistas durante um ato contra o fechamento do Ministério da Cultura. Já em 2021, chegou a ter sua venda anunciada no entanto a proposta não foi a frente.
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