Fabio Raposo e Caio Silva vão para júri popular e respondem por homicídio doloso e explosão em 2014Reprodução/ TV Globo
Publicado 08/06/2023 12:46
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Rio - O Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) definiu a data do júri popular de Fabio Raposo Barbosa e Caio Silva de Souza, acusados pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, que aconteceu em fevereiro de 2014. A sessão plenária do 3º Tribunal do Júri acontecerá às 13h do dia 12 de dezembro.
Fabio e Caio responderam por homicídio doloso qualificado e explosão. Há quase dez anos, Santiago foi atingido por um rojão na cabeça enquanto registrava para TV Bandeirantes um confronto entre manifestantes e policiais no Centro do Rio, perto da Central do Brasil. O protesto estava dentro de uma série de atos que começaram em 2013, após o aumento da passagem de ônibus em São Paulo. Com a visão encoberta pela câmera no ombro, ele não viu o rojão sendo disparado.
"Desde já designo sessão plenária para o dia 12 de dezembro de 2023 às 13:00 horas. Digam as partes no prazo de 5 dias, sob pena de perda da prova, se há alguma diligência pendente (exceto as já deferidas nos itens supra referidos pendentes de realização pelo cartório). Intimem-se/requisitem-se as testemunhas e o acusado. Dê-se ciência ao Ministério Público e advogados", escreveu a juíza Tula Correa de Mello.
Segundo Vanessa Andrade, filha de Santiago, o júri popular simboliza a conclusão de um processo muito doloroso para a família. "A sensação agora é de que a gente vai conseguir fechar uma página aberta há quase 10 anos, depois de uma longa batalha para conseguir que o processo fosse realmente julgado da forma como deveria ser, por homicídio e não lesão corporal, como a defesa dos réus queria. Passamos todo esse tempo vendo duas pessoas acusadas de um crime, um assassinato em praça pública, livres, sem nenhum tipo de condenação, enquanto a família e os amigos estavam sofrendo", afirmou. 
Para Vanessa, o pai era um profissional incrível, íntegro, leal aos colegas e que nunca desejou o mal a ninguém. "Ele estava sempre disponível para ajudar e morreu tão precocemente fazendo o que mais amava, que era levar a noticia e informar a sociedade, pelas lentes dele. Hoje, o sentimento é de que enfim teremos justiça e que a memória de Santiago vai ficar marcada, dessa vez com a certeza de que o o crime não ficará impune", ressaltou. 
O cinegrafista foi socorrido por colegas de imprensa, que o levaram ao Hospital Municipal Souza Aguiar. Ele sofreu afundamento do crânio e ficou internado durante quatro dias, sendo constatada morte cerebral no dia 10 de fevereiro. Aos 49 anos, Santiago deixou a esposa Arlita Andrade, com quem era casado há 30 anos, e a filha, Vanessa Andrade, na época, com 29 anos. 
Fabio foi preso no dia 9 de fevereiro, enquanto Caio foi detido três dias depois, na Bahia, onde tentou se esconder. Em 2015, os dois foram soltos por um habeas corpus e, no ano seguinte, o Superior Tribunal de Justiça determinou que o caso fosse a júri popular.
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