Publicado 14/06/2023 20:02 | Atualizado 14/06/2023 20:06
Rio - A Polícia Civil realizou uma nova operação na tarde desta quarta-feira (14) no Complexo de Senador Camará, na Zona Oeste do Rio. A ação aconteceu um dia após a prisão de nove suspeitos de integrarem a facção Terceiro Comando Puro (TCP), que domina a região.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram veículos blindados da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) passando por ruas do complexo. Helicópteros da instituição também foram flagrados voando baixo dando apoio aéreo aos policiais.
Durante a ação dos policiais, manifestantes colocam fogo em objetos e fecharam temporariamente a Estrada do Taquaral. Questionada sobre a operação, a Polícia Civil não informou se houve prisões e apreensões na ação desta quarta-feira (14).
As buscas pelo traficante José Rodrigo Gonçalves Silva, conhecido como Sabão, seguem em andamento. A instituição tentou prendê-lo nesta terça-feira (13) durante a Operação Sanitizer, mas não teve sucesso. José, apontado como a liderança do TCP na região, possui um mandado de prisão preventiva em aberto.
O criminoso Rafael Alves, vulgo Peixe, também segue foragido. Assim como Sabão, o traficante é considerado um dos líderes do TCP nas comunidades do Sapo, Rebu, Cavalo de Aço, Coreia e Vila Aliança, todas na Zona Oeste.
Nove presos nesta terça
Nove pessoas, incluindo o traficante Gleison Luis Barros Ferreira, conhecido como Tamborzão, segundo nome forte da facção e chefe da comunidade do Rebu e do Sapo, foram presas nesta terça-feira (13) durante uma operação da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD). Sete fuzis, munições e drogas foram apreendidos.
O objetivo da ação era cumprir mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao TCP e um de prisão preventiva contra o chefe do tráfico de drogas da região. A investigação teve início a partir de denúncias realizadas por moradores de um conjunto de condomínios residenciais, o Minha Casa Minha Vida, situados em Senador Camará. Os alvos da operação são investigados pelos crimes de furto qualificado, receptação qualificada, extorsão, associação para o tráfico de drogas e organização criminosa. Segundo os agentes envolvidos na ação, houve troca de tiros com criminosos durante toda a ação.
De acordo com a Polícia Civil, o grupo cobrava R$ 1.800 para que os moradores tivessem acesso aos serviços públicos de energia elétrica, água, gás natural residencial e também sinal de internet. O lucro mensal era de cerca de R$ 3 milhões.
A quadrilha atuava com extrema violência no impedimento de acesso dos funcionários das concessionárias legalizadas. Ainda segundo as investigações, os membros da organização realizavam os cortes dos serviços públicos e cobravam taxas para que seus associados realizassem as ligações clandestinas. As cobranças irregulares eram realizadas pelos síndicos informais que se posicionam nas guaritas de acesso de cada um dos prédios e dali controlam todo o dia a dia da comunidade, posteriormente repassando a arrecadação dos valores extorquidos para as lideranças do tráfico.
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