Publicado 14/06/2023 20:55 | Atualizado 14/06/2023 22:22
Rio - O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) cassou, nesta terça-feira (13), o registro profissional do ex-secretário de Saúde do Rio, Edmar José Alves dos Santos, réu por improbidade administrativa em um processo que investiga fraudes na compra de respiradores para o tratamento de pacientes com covid-19 no auge da pandemia.
O Cremerj informou que a sentença foi determinada pela segunda câmara de julgamento de processos, formada por conselheiros. A cassação do registro é a penalidade mais alta, de acordo com a legislação vigente.
Em 2021, Edmar virou réu por improbidade administrativa em um processo que investiga possíveis fraudes na compra de mil respiradores para o tratamento de pacientes com a covid-19. Ele responde em liberdade devido a um acordo de delação premiada que realizou para colaborar com as investigações. O depoimento do ex-secretário foi uma das principais provas que culminou no impeachment do ex-governador Wilson Witzel.
No mesmo ano, o anestesista foi cedido pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), onde trabalhava como professor, para a Secretaria de Estado de Polícia Militar. Na época, a corporação precisava de médicos com a sua especialidade.
Prisão
Edmar Santos foi preso no dia 10 de julho de 2020 sob acusação de integrar uma organização criminosa que teria fraudado contratos de compra de respiradores pulmonares para combate à pandemia do novo coronavírus. O ex-secretário do Rio fechou delação com o Ministério Público Federal (MPF) e foi solto no dia 6 de agosto de 2020, após decisão dada a pedido da Procuradoria-Geral da República pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A ação foi um desdobramento da Operação Mercadores do Caos, do Ministério Público do Rio, sobre fraudes em contratos da Secretaria Estadual de Saúde, que já tinha resultado na prisão do ex-subsecretário executivo Gabriell Neves, no início de maio de 2021.
Dias depois da prisão de Neves, ainda em maio, Edmar Santos foi exonerado do cargo de secretário estadual de Saúde.
A denúncia alegou que Edmar atuou de forma consciente, "em comunhão de ações e desígnios" com Neves e outros investigados na primeira fase da operação Mercadores do Caos, para desviar recursos públicos destinados à compra de ventiladores pulmonares.
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