Enterro de Anne Caroline Nascimento Silva, de 23 anos, morta em abordagem da PRF. O sepultamento aconteceu no cemitério Memorial do Rio, em Cordovil. Na foto, de blusa clara, José Vitório Gomes, esposo de outra vítima, foi ao velório de Anne se solidarizar com a família.Marcos Porto/Agencia O Dia
Publicado 19/06/2023 17:06
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Rio - O marido de Claudia Maria da Silva dos Santos, de 54 anos, segunda mulher baleada na Rodovia Washington Luiz (BR-040), na Baixada Fluminense, na noite de sábado (18), acredita que o tiro partiu da ocorrência responsável pela morte de Anne Caroline Nascimento Silva, de 23 anos. "Foi na mesma hora e local, eu acredito na correlação entre os fatos", disse o marceneiro José Vitório Gomes. A Polícia Federal investiga se há relação entre os dois casos.
O companheiro de Claudia foi ao velório de Anne Caroline, na tarde desta segunda-feira (19), no Cemitério Memorial do Rio, em Cordovil, Zona Norte do Rio, para prestar solidariedade à família da estudante de Enfermagem. José e Alexandre Roberto Ribeiro Mello, de 32 anos, marido de Anne, trocaram abraços e um aperto de mãos na entrada da capela. "É uma questão de humanidade compartilhar a dor dessas pessoas que estão sofrendo com a perda da Anne", desabafou.
Além da família, amigos e colegas do curso técnico de Enfermagem onde a jovem estudava fizeram homenagens durante o velório. O jaleco bordado com o seu nome foi levado pela família até à capela do cemitério. 
Possível vítima da abordagem da PRF voltava do culto

O marceneiro contou que ele e a mulher voltavam de um culto de ação de graças, no bairro 25 de Agosto, em Duque de Caxias, por volta das 22h30, quando ouviram disparos próximo à saída da Linha Vermelha, na BR-040. "Eu lembro de tudo o que aconteceu. Ouvimos os disparos e depois notei quando minha mulher disse: "Fui baleada, não quero morrer". Nós estávamos na mesma altura onde a Anne foi baleada, não ouvi nenhuma movimentação, só o barulho dos disparos", lembra José. Ele diz ainda que percebeu que poderia ser o mesmo caso quando chegou à delegacia e foi informado que poderia haver alguma relação.

Ainda de acordo com José Vitório, o carro do casal foi periciado pela Polícia Federal na manhã desta segunda-feira (19). "Eu quero que haja uma investigação justa e correta no caso. Que as pessoas sejam responsabilizadas", pediu o marceneiro.

O policial que atirou contra o carro de Anne foi preso, mas recebeu liberdade provisória durante audiência de custódia, realizada no domingo (18).

Claudia correu risco de vida
De acordo com José Vitório, os médicos consideram o caso de Cláudia um milagre, já que o tiro passou perto do coração. "Eu fiquei com muito medo de perder ela, pensei que o tiro havia atingido o coração. Os médicos falaram que foi um milagre, passou bem perto do coração, mas não atingiu o órgão", disse.

Segundo o Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN), em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, Claudia, baleada no tórax, foi socorrida pelo Samu e levada para a unidade às 22h49. A vítima perdeu muito sangue e precisou passar por transfusão de emergência. Às 12h desta segunda-feira (19), a direção do hospital informou que a paciente apresentou melhora clínica e recebeu alta do CTI, sendo encaminhada para a enfermaria.
*Colaboração de Marcos Porto.
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