Produtora de peça no Leblon Patrícia Mendes acusa mulher de racismoReprodução / Redes Sociais
Publicado 21/06/2023 10:55
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Rio - A produtora Patrícia Mendes, de 52 anos, acusa uma mulher de racismo. O episódio teria acontecido no último sábado (17), na entrada do Teatro Casagrande, no Leblon, Zona Sul da cidade.

De acordo com Patrícia, responsável pelas listas de convidados, a mulher chegou e informou que seu nome estava na lista, mas a funcionária não localizou.
"Não localizei os nomes e pedi para ela entrar em contato com a pessoa que a deu o convite. Ela ligou e passou o telefone para mim. Conversei com o homem e expliquei o que deveria ser feito para que fosse possível liberar. Nisso, pedi para ela ficar ao lado enquanto ia passando outras pessoas que estavam com o convite, mas ela ficou revoltada achando que eu não poderia atender outras pessoas, e disse que não sabíamos trabalhar", explicou.

Minutos depois, segundo a produtora, a mulher voltou novamente com o telefone, mas Patrícia pediu que ela aguardasse pois estava realizando um outro atendimento. "Nessa hora ela falou que pessoas como eu não podiam ter cargo de autoridade, e se dependesse dela, colocaria todos em um navio e mandaria de volta para a África. Na mesma hora, o filho dela disse 'mãe não fica nervosa porque não dá para dar atenção para subalternos'. Ela ofendeu não só a mim, mas a todos da bilheteria", explica a produtora.

Patrícia contou que naquele momento não teve reação e não acreditou estar ouvindo as ofensas racistas. "Sabe quando você ouve, mas sua mente demora para entender o que você ouviu? Eu peguei o telefone e falei com o homem responsável pelo ingresso dela e pedi para que ele mandasse ela ficar quieta porque o que ela havia dito geraria processo".

Mãe e filho acabaram sendo liberados por uma outra produtora e entraram para assistir a peça. "Naquele momento ficou todo mundo em choque. A maioria das pessoas estavam ali para se divertir e já entraram com aquele clima pesado", contou Patrícia.

Ainda segundo a Patrícia, depois que o espetáculo começou, outros funcionários a alertaram sobre as falas da mulher. Ela então resolveu ir na 14ª DP (Leblon), onde o caso foi registrado como injúria por preconceito. "Para ser sincera, minha ficha só caiu no dia seguinte quando entrei na bilheteria e vieram todas as emoções de novo, uma sensação muito ruim", lamentou.

A partir de agora, Patrícia espera que a mulher tenha mais consciência sobre suas atitudes. "É inacreditável que as pessoas ainda façam isso. Passamos por um momento tão louco como a Covid e quando saímos de uma pandemia, as pessoas começaram a se segregar ainda mais e acham que são melhores que os outros. Todo mundo é igual e não tem nada disso", ressalta produtora.
Procurado, o filho de Rosangela nomeou a denúncia como uma injustiça. "Vou procurar os meus direitos, câmeras de segurança, áudios, para que tudo seja esclarecido. Eu nem abri a boca e nem a minha mãe cometeu algum ato racista. Isso não faz parte do meu caráter" disse. 
Segundo a Polícia Civil, o caso é investigado pela 14ª DP (Leblon) e a autora foi chamada para prestar depoimento. Imagens de câmeras de segurança foram solicitadas para esclarecer todos os fatos. 
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