Publicado 22/06/2023 18:08 | Atualizado 22/06/2023 18:10
Rio - As influenciadoras Kerollen Cunha e Nancy Gonçalves, investigadas por entregar banana e macaco de pelúcia para duas crianças negras, prestaram depoimento na tarde desta quinta-feira (22) na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) sobre uma suposta tentativa de coagir a mãe de uma das vítimas. As suspeitas saíram da delegacia sem falar com a imprensa.
De acordo com a denúncia, elas teriam oferecido dinheiro e uma cesta básica para que a mãe da menina que recebeu um macaco de pelúcia não denunciasse o caso na Polícia Civil. A mulher também afirmou que não autorizou a gravação e que só soube sobre o vídeo após a repercussão na internet. Essa investigação ocorre paralelamente aos quatro inquéritos que apuram o crime de injúria por preconceito.
Nos vídeos publicados pelas influenciadoras no TikTok, as duas abordam crianças na rua e pedem para que elas escolham entre um presente ou dinheiro. Em dois casos específicos, quando as crianças escolheram pelo presente, ambas negras, uma ganha uma banana e outra um macaco de pelúcia.
O caso veio à tona após a advogada Fayda Belo, especialista em direito antidiscriminatório, denunciar o caso nas redes sociais. Em um vídeo, ela chama a atitude das influencers de "racismo recreativo", que se trata da prática disfarçada de humor, quando alguém usa de "discriminação contra pessoas negras com intuito de diversão".
Kerollen e Nancy, que possuem uma conta conjunta nas redes sociais, somam mais de 1 milhão de seguidores no Instagram e 13 milhões de inscritos no Tiktok. Em nota, as influenciadoras afirmaram que "não haviam intenção de fazer qualquer referência à temáticas raciais ou à discriminação de minorias".
Bloqueio das redes sociais
O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) determinou, na última terça-feira (13), que as redes sociais das influenciadoras sejam bloqueadas. Na decisão, a juíza Juliana Cardoso Monteiro de Barros também pede que o conteúdo investigado pela Polícia Civil seja retirado das plataformas de maneira urgente.
"Destaca vídeo amplamente divulgado na imprensa em que uma das requeridas distribuiu banana e um macaco de pelúcia a crianças negras, inferindo a prática de racismo, objeto de investigação pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, sendo necessária a apuração pelo Ministério Público quanto a possíveis infrações ao ECA, em razão dos vídeos expondo crianças, adolescentes e idosos a situações vexatórias e degradantes", escreveu a magistrada da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da Comarca de São Gonçalo.
O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) determinou, na última terça-feira (13), que as redes sociais das influenciadoras sejam bloqueadas. Na decisão, a juíza Juliana Cardoso Monteiro de Barros também pede que o conteúdo investigado pela Polícia Civil seja retirado das plataformas de maneira urgente.
"Destaca vídeo amplamente divulgado na imprensa em que uma das requeridas distribuiu banana e um macaco de pelúcia a crianças negras, inferindo a prática de racismo, objeto de investigação pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, sendo necessária a apuração pelo Ministério Público quanto a possíveis infrações ao ECA, em razão dos vídeos expondo crianças, adolescentes e idosos a situações vexatórias e degradantes", escreveu a magistrada da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da Comarca de São Gonçalo.
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