Publicado 29/06/2023 18:06
Rio - O delegado adjunto da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco), Mauro Cezar, disse nesta quinta-feira (29) que o miliciano Playboy da Curicica foi encontrado em um local que funcionava como bunker do tráfico na comunidade Vila dos Pinheiros, na Zona Norte do Rio. De acordo com o delegado, o criminoso estava escondido na comunidade sob a proteção do Terceiro Comando Puro, após formação de "aliança" entre os grupos.
"Playboy da Curicica atualmente era o líder da milícia que atua no bairro de Curicica, Zona Oeste do Rio. Com a prisão do líder anterior, ele foi alçado a essa função. A importância dessa prisão hoje se dá não somente pela função que ele exercia, bem como que no início do ano, muitas guerras foram travadas pela disputa dos territórios lá dessa região do Rio. Tanto essa região de Curicica, Muzema, Rio das Pedras e Tijuquinha foram palco de intensas guerras entre facções criminosas diferentes e rivais. O Playboy era um dos responsáveis por puxar essas guerras. Por isso, essa ação foi muito importante", disse Mauro Cezar.
Segundo o delegado, a ação foi planejada para que o miliciano fosse capturado. Mas, ao perceber a aproximação dos agentes, ele e seu comparsa reagiram e foram baleados. Os dois chegaram a ser socorridos, mas não resistiram aos ferimentos. "A polícia agiu de forma moderada utilizando os meios necessários para repelir a injusta agressão", comentou.
Cezar explicou ainda que Playboy da Curicica já era monitorado desde o início de janeiro, mesma época em que a região dominada por ele era alvo de uma série de disputas pelo comando territorial. "Conseguimos identificar que para poder proteger os territórios, que vinha sendo atacados por outra facção criminosa, os milicianos dessa região se aliaram ao Terceiro Comando Puro. Inclusive, hoje ele estava homiziado dentro de um dos bunkers dessa facção criminosa", detalhou o delegado.
O titular da Draco também falou a respeito da transferência de lideranças do crime organizado para presídios federais fora do Rio. "Fizemos alguns relatórios demonstrando a necessidade da transferência de alguns desses criminosos para unidades de presídios federais, justamente para que evitasse assim a atuação deles como líderes mesmo estando atrás das grades", disse .
A ação da Polícia Civil aconteceu, na manhã desta quinta-feira (29), e contou com a participação de veículos blindados, aeronaves e também de equipes especializadas. Segundo a corporação, a ação foi planejada para evitar que o conflito impactasse na população que reside na comunidade.
"Aquela favela da Vila dos Pinheiros, no Complexo da Maré, tem histórico de violência contra os policiais. A gente sabe que operações ali são sensíveis, uma vez que esses narcotraficantes recebem a polícia com tiros de fuzil, com explosivos, técnicas militares e táticas de guerrilha. Por isso, as operações naquela localidade tem que ser muito planejadas com o uso de veículos blindados, aeronaves e equipes especializadas. Nos preparamos para isso", detalhou o delegado titular da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), Fabrício Oliveira.
Apesar do planejamento, a ação provocou pânico na população que vive na comunidade. Em postagem nas redes sociais, alunos de uma escola infantil se abaixam enquanto traficantes e agentes trocam tiro nas ruas da Vila dos Pinheiros.
"Fomos recebidos a tiros, desde o início da operação na favela, e quando as equipes tentaram fazer o cerco na casa e anunciaram que era a polícia... Esses criminosos atiraram contra a equipe. Eles não se entregaram, reagiram à abordagem policial", afirmou Oliveira.
*Colaborou Marcos Porto
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.