Publicado 04/07/2023 11:35
Rio - A Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (Seas) e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) assinaram, nesta terça-feira (4), as licenças ambientais para dar início às obras de implementação do Sistema Coletor de Tempo Seco na Baía de Guanabara. O processo consiste na interceptação do esgoto presente nas galerias da rede pluvial, evitando parcialmente, que ele seja despejado in natura no meio ambiente. A metodologia funciona nos períodos sem chuva, quando não existe o fluxo de águas pluviais nas galerias interceptadas.
As obras que serão realizadas pela Águas do Rio prevêem melhora na qualidade da água a partir da coleta de mais de 400 milhões de litros de esgoto, que deixarão de ser lançados diariamente nesse ecossistema. O número equivale a 200 piscinas olímpicas.
Já a intervenção licenciada no Complexo Lagunar de Jacarepaguá, pela Iguá Saneamentos, tem projetado a retirada, em média, cerca de 170 litros por segundo de esgoto in natura dos rios e canais da região.
“A assinatura dessas duas licenças é fundamental para alcançarmos o Estado do Rio de Janeiro que queremos: com qualidade de vida para a população, respeito aos patrimônios ambientais e cooperação entre as instituições com os mesmos ideais que os nossos”, celebrou o vice-governador e secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Thiago Pampolha.
“A assinatura dessas duas licenças é fundamental para alcançarmos o Estado do Rio de Janeiro que queremos: com qualidade de vida para a população, respeito aos patrimônios ambientais e cooperação entre as instituições com os mesmos ideais que os nossos”, celebrou o vice-governador e secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Thiago Pampolha.
A Águas do Rio prevê ainda a construção de aproximadamente 47 quilômetros de grandes coletores, estações de bombeamento e outras estruturas, formando um cinturão de proteção da baía, além da criação de mais de 120 pontos de captação em tempo seco na capital fluminense e nas cidades de São Gonçalo, Itaboraí, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Belford Roxo, Nilópolis e Mesquita.
Com investimento de R$ 2,7 milhões e previsão de início de dois meses, a obra vai impactar a vida de cerca de 10 milhões de pessoas nas 17 cidades que compõem a Baía de Guanabara.
“A recuperação da Baía de Guanabara, além de melhorar a qualidade de vida de milhões de pessoas, será determinante para impulsionar a economia do estado, especialmente o turismo. Isso atrai investimentos, gera empregos e renda e vai resgatar o orgulho do cidadão fluminense em ter esse patrimônio da humanidade vivo e pulsante”, afirma Alexandre Bianchini, presidente da Águas do Rio.
Enquanto a intervenção licenciada no Complexo Lagunar, que conta com investimento de R$ 126 milhões, propõe durante a primeira etapa, a instalação de 26 pontos de captação no Canal das Taxas e no Rio Arroio Fundo, ambos na Zona Oeste da capital fluminense.
"Muito trabalho a ser feito", diz especialista
Para o biólogo Mário Moscatelli, a assinatura para liberação das obras é um dia histórico de “independência ambiental” de vários ecossistemas que por décadas foram impiedosamente degradados por um tipo de visão ultrapassada que considerava o ambiente como uma latrina, no popular, como um banheiro ou local de despejo de esgoto.
O especialista reforçou ainda que já estava mais do que na hora de uma mudança e melhoria na preservação do meio ambiente. “Em relação à solução, cada um tem sua receita, fato é que até hoje, em pleno século XXI, continuamos tratando nossos corpos d’água como depósitos de esgoto sem tratamento, portanto já passou da hora de discutirmos a receita e reduzirmos imediatamente os lançamentos de milhões de metros cúbicos de esgoto nos corpos d’água”, disse.
Moscatelli citou também que mudanças já vêm sendo vistas em pequenos trechos da baía onde só havia permanentemente um estado de degradação permanente como na enseada de Botafogo ou na praia do Flamengo, mas reforça que ainda há muito trabalho a ser feito.
“Não há mágica, apenas muito trabalho pela frente para resgatar décadas de descaso com o tema saneamento, mas eu tenho uma expectativa técnica de uma melhora progressiva para os próximos 15 anos. Isso não envolve teoria, mas simplesmente conhecimento prático do que eu tenho acompanhado por exemplo na Lagoa Rodrigo de Freitas, que é atualmente um estudo de caso de como um ecossistema historicamente degradado, tornou-se um exemplo de recuperação econômica e ambiental em nossa cidade”, complementou.
Para o biólogo Mário Moscatelli, a assinatura para liberação das obras é um dia histórico de “independência ambiental” de vários ecossistemas que por décadas foram impiedosamente degradados por um tipo de visão ultrapassada que considerava o ambiente como uma latrina, no popular, como um banheiro ou local de despejo de esgoto.
O especialista reforçou ainda que já estava mais do que na hora de uma mudança e melhoria na preservação do meio ambiente. “Em relação à solução, cada um tem sua receita, fato é que até hoje, em pleno século XXI, continuamos tratando nossos corpos d’água como depósitos de esgoto sem tratamento, portanto já passou da hora de discutirmos a receita e reduzirmos imediatamente os lançamentos de milhões de metros cúbicos de esgoto nos corpos d’água”, disse.
Moscatelli citou também que mudanças já vêm sendo vistas em pequenos trechos da baía onde só havia permanentemente um estado de degradação permanente como na enseada de Botafogo ou na praia do Flamengo, mas reforça que ainda há muito trabalho a ser feito.
“Não há mágica, apenas muito trabalho pela frente para resgatar décadas de descaso com o tema saneamento, mas eu tenho uma expectativa técnica de uma melhora progressiva para os próximos 15 anos. Isso não envolve teoria, mas simplesmente conhecimento prático do que eu tenho acompanhado por exemplo na Lagoa Rodrigo de Freitas, que é atualmente um estudo de caso de como um ecossistema historicamente degradado, tornou-se um exemplo de recuperação econômica e ambiental em nossa cidade”, complementou.
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