A operação foi realizada por meio do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco)Reprodução
Publicado 11/07/2023 13:28
Publicidade
Rio - O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Polícia Civil cumprem, desde o início da manhã desta terça-feira (11), 13 mandados de busca e apreensão em presídios para reprimir o golpe do falso anúncio praticado por criminosos. A ação é um desdobramento da Operação Market Fake, deflagrada no dia 28 de junho, que mira uma quadrilha especializada que usa da tática para praticar sequestros, assaltos e extorsão das vítimas via PIX. De acordo com o MPRJ, até às 12h foram apreendidos sete celulares em cinco unidades prisionais. 
Os mandados foram expedidos pela 3ª Vara Criminal Especializada da Capital e cumpridos por agentes do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI) e de agentes do Departamento Geral de Polícia da Baixada (DGPB) e da 58ª DP (Posse).
Na primeira fase da operação, no dia 28 de junho, haviam sido cumpridos mandados de prisão e apreendidos aparelhos celulares, documentos, máquinas de cartão e um carro roubado. Até o momento, foram presas mais sete pessoas com envolvimento no esquema de anúncios. 
Segundo as denúncias apuradas pelo MPRJ, as vítimas eram atraídas por um falso anúncio de venda de carros publicado em uma rede social. O lugar combinado para mostrar os veículos pelo suposto vendedor era sempre próximo a algum acesso da Comunidade Parque São José, no Complexo de Santa Tereza, em Belford Roxo.
As vítimas eram rendidas por criminosos armados e levadas para o interior da comunidade. Dentro da favela, o bando utilizava os aparelhos celulares para efetuar transações bancárias e empréstimos pré-aprovados pelas instituições financeiras, obtendo grandes quantias disponíveis nas contas correntes, por meio de PIX para integrantes da organização.
Os criminosos também se aproveitavam de cartões de crédito e bancários das vítimas que eram estourados em máquinas de pagamentos registradas nos CPF's e CNPJ's dos próprios criminosos, segundo os investigadores. Ainda sob a ameaça dos criminosos, as vítimas eram agredidas e torturadas com o objetivo de conseguir mais dinheiro.
A tortura chegou a envolver, em um dos casos, sufocamento por asfixia e uso de sacos plásticos. Outras relataram terem sido agredidas covardemente até mesmo com tijoladas. Enquanto eram agredidas e torturadas, os criminosos faziam videochamadas para familiares exigindo mais transferências em troca de suas vidas.
Lideranças

De acordo com as investigações, a organização criminosa é comandada pelos denunciados Lázaro da Silva Alves e Leandro dos Santos Sabino, ambos apontados pela investigação como chefes do tráfico de drogas da Comunidade do Parque São José, em Belford Roxo. Os dois foram identificados pelo MPRJ como responsáveis por autorizar e determinar a execução efetiva dos crimes.
Ainda segundo a denúncia, a organização criminosa é dividida pelos seguintes núcleos: anunciantes, braço armado, operadores de máquinas de cartão, beneficiários de PIX e receptadores dos aparelhos celulares das vítimas.
Publicidade
Leia mais