Publicado 29/07/2023 06:00
Rio - Um time de futebol formado só por mulheres marca presença todas as segundas e quartas-feiras no Aterro do Flamengo, Zona Sul, e às terças e sextas na Arena China, na Abolição, Zona Norte, para uma pelada que reúne cerca de 30 mulheres por dia. Ainda há mais algumas dezenas de interessadas, que ficam em uma fila aguardando por uma vaguinha, em eventuais desistências.
O 'Futebol de Quinta' foi criado pela manauara Ana Flávia Pereira em 2019. Mas logo depois teve que entrar em pausa por causa da pandemia de Covid-19. Ao voltar, em 2022, o encontro organizado já reúne moradoras do Rio nascidas em vários cantos do país para bater uma bolinha.
O 'Futebol de Quinta' foi criado pela manauara Ana Flávia Pereira em 2019. Mas logo depois teve que entrar em pausa por causa da pandemia de Covid-19. Ao voltar, em 2022, o encontro organizado já reúne moradoras do Rio nascidas em vários cantos do país para bater uma bolinha.
As partidas de segunda e quarta-feira acontecem às 18h30 no Aterro e não precisa pagar nada pra jogar. Já na Abolição, a pelada rola nas terças-feiras, a cada 15 dias, às 21h, e em todas as sextas-feiras, às 20h. Neste local, por ser um campo alugado, cada jogadora precisa pagar uma diária de R$ 15
"O futebol já nasceu com leveza e, ao mesmo tempo, potência. Entendemos que a mulher pode sim ocupar as quadras. Diferente de mim, muitas mulheres quando meninas não tiveram o apoio para jogar bola. O preconceito existia dentro das próprias casas, onde os pais diziam que futebol é coisa de menino", diz.
Apesar do nome fazer alusão à quinta-feira, que foi quando aconteceu o primeiro jogo, curiosamente, esse é o único dia da semana em que o grupo não se reúne para jogar bola e Ana Flávia explica o motivo.
"Depois da pandemia foi muito difícil reunir a galera das antigas pra voltar a jogar, várias desistiram, tivemos que encontrar novas meninas. E fizemos uma enquete de qual dia seria o melhor. A galera votou em quarta, por ter mais disponibilidade", explica.
O grupo foi crescendo e passou a ser reunir às segundas-feiras também no Aterro. Em seguida chegou à zona norte para uma pelada às sextas na Abolição.
"Depois da pandemia foi muito difícil reunir a galera das antigas pra voltar a jogar, várias desistiram, tivemos que encontrar novas meninas. E fizemos uma enquete de qual dia seria o melhor. A galera votou em quarta, por ter mais disponibilidade", explica.
O grupo foi crescendo e passou a ser reunir às segundas-feiras também no Aterro. Em seguida chegou à zona norte para uma pelada às sextas na Abolição.
"No momento, estamos tentando implementar às terças lá na Abolição também, por enquanto, quinzenalmente. Acabou que quinta é o único dia da semana que não temos partidas ainda, mas é bem provável que role quinta no Aterro também, Estamos estudando as possibilidades", antecipa.
A história de Ana com o futebol vem desde criança. "Sempre que tinha uma bola rolando, era lá que eu estava. Eu sou de Manaus e meu pai jogou profissionalmente num time de lá, o Nacional. Então, sempre tive o apoio dentro de casa para praticar o esporte. Mas sempre encarei como hobby, não cheguei a me profissionalizar", explica.
Em 2012, aos 22 anos, ela se mudou para o Rio para estudar e em 2019 começou a jogar uma pelada no Aterro, organizadas por colegas do MBA.
"E eu super me reencontrei dentro das quadras. Mas esse futebol não ganhou força e logo o quorum foi ficando insuficiente para fazer as partidas acontecerem. Foi aí que nasceu o desejo e a responsabilidade de eu mesma organizar um futebol. Comecei a falar com todas as meninas que eu conhecia que poderiam jogar futebol. Uma chamou outra, que chamou mais uma. E fizemos a primeira partida do 'Futebol de Quinta', numa quinta-feira de agosto, de 2019", explica ela sobre a origem do nome.
"A primeira partida tinha muita gente, dos mais variados perfis. E mais uma vez eu me reencontrei dentro de quadra e aquilo tudo fez muito sentido pra mim", completa.
A profissional de Marketing explica que a procura aumentou tanto nos últimos meses que ela passou a usar um aplicativo para que as interessadas em jogar no dia confirmem presença. Ao todo são 30 mulheres por dia e quando esse número ultrapassa, elas colocam seus nomes na lista de espera do aplicativo para serem convocadas se rolarem desistências.
"A faixa etária é bem variada. Já jogaram meninas de 19 anos até mais de 40 com a gente. Recentemente fizemos um amistoso entre a gente e dividimos os times entre menos de trinta e mais de trinta, ficou bem dividido", conta.
A história de Ana com o futebol vem desde criança. "Sempre que tinha uma bola rolando, era lá que eu estava. Eu sou de Manaus e meu pai jogou profissionalmente num time de lá, o Nacional. Então, sempre tive o apoio dentro de casa para praticar o esporte. Mas sempre encarei como hobby, não cheguei a me profissionalizar", explica.
Em 2012, aos 22 anos, ela se mudou para o Rio para estudar e em 2019 começou a jogar uma pelada no Aterro, organizadas por colegas do MBA.
"E eu super me reencontrei dentro das quadras. Mas esse futebol não ganhou força e logo o quorum foi ficando insuficiente para fazer as partidas acontecerem. Foi aí que nasceu o desejo e a responsabilidade de eu mesma organizar um futebol. Comecei a falar com todas as meninas que eu conhecia que poderiam jogar futebol. Uma chamou outra, que chamou mais uma. E fizemos a primeira partida do 'Futebol de Quinta', numa quinta-feira de agosto, de 2019", explica ela sobre a origem do nome.
"A primeira partida tinha muita gente, dos mais variados perfis. E mais uma vez eu me reencontrei dentro de quadra e aquilo tudo fez muito sentido pra mim", completa.
A profissional de Marketing explica que a procura aumentou tanto nos últimos meses que ela passou a usar um aplicativo para que as interessadas em jogar no dia confirmem presença. Ao todo são 30 mulheres por dia e quando esse número ultrapassa, elas colocam seus nomes na lista de espera do aplicativo para serem convocadas se rolarem desistências.
"A faixa etária é bem variada. Já jogaram meninas de 19 anos até mais de 40 com a gente. Recentemente fizemos um amistoso entre a gente e dividimos os times entre menos de trinta e mais de trinta, ficou bem dividido", conta.
Futebol não é "coisa de menino"
Em ano de Copa do Mundo feminina, em que o futebol das mulheres vem aos poucos ganhando mais espaço e torcida também masculina, muitas dessas mulheres sentem uma satisfação pessoal de realizarem seus sonho de menina, mesmo que seja por lazer. Muitas delas ouviram quando eram crianças dos pais que "futebol não é coisa de menina".
É o caso da professora de Educação Física Gabriela Galdino, 28 anos, moradora de Jacarepaguá, que sempre gostou de jogar futebol, correr e brincar com meninos e ouvia seu pai criticá-la com um apelido pejorativo por conta disso.
"Eu era aquela moleca de 'perna russa' jogando bola na rua, não era a menina que queria ficar dentro de casa brincando de boneca, as minhas tias me viam mal porque eu queria soltar pipa, queria correr atrás de bola. Meu pai me chamava de 'machuda' o tempo todo, fui crescendo ouvindo aquilo, que não sabia o que era. Embora ele ficasse feliz vendo que eu tinha algum talento, ele se incomodava com meu jeito de jogar, de não ser vaidosa", recorda.
O sonho de se profissionalizar no futebol como jogadora não foi concretizado, mas o que antes era motivo de "vergonha" por parte da família, passou a ser orgulho quando ela trabalhou nos Estados Unidos como treinadora de futebol.
"Reunião de família no final de semana eu era criticada e eu fui ser treinadora de futebol nos Estados Unidos, passei num processo seletivo e, a família que lá atrás me julgava, passou a se orgulhar. Mas antes eu lembro muito bem, eu não era o orgulho da família, eu era a vergonha", desabafa. Gabriela trabalhou durante dois anos nos Estados Unidos como treinadora de meninos e meninas de 4 anos até 17 anos e define a experiência como "fantástica".
"Antigamente poucas mulheres estavam na mídia, nas redes sociais e quanto mais referência a gente tem e menos machismo, a gente consegue com que as meninas possam se ver neste lugar. Cheguei a jogar pela Federação Carioca de Futebol, pelo time Carioca Atlético Clube, mas não prossegui porque quis cursar Educação Física. Talvez se eu tivesse mais oportunidade naquela época, com certeza levaria esse sonho adiante", garante.
Hoje ela trabalha com meninas e mulheres em situação de vulnerabilidade social, com idade que vão de 11 a 17 anos, em uma ONG chamada Empodera, localizada na Cidade de Deus, zona oeste do Rio. "Trabalho com o empoderamento dessas meninas através do futsal e handebol e nós atendemos 150 meninas no projeto chamado 'Uma Vitória Leva à Outra', em parceria com o comitê olímpico internacional", explica.
Há cinco meses Gabriela descobriu o 'Futebol de Quinta' e desde então tem sido presença frequente.
"Esse aqui é um espaço que tenho gostado cada vez mais de estar, tenho feito escolhas para estar aqui. Quando a gente trabalha, temos que priorizar algumas coisas. O 'Futebol de Quinta' tem sido uma escolha para mim. Eu escolho estar aqui para socializar com as pessoas, para me manter ativa, não só meu corpo como minha mente. Depois de um dia estressante de trabalho, tudo o que quero é relaxar, sorrir, brincar. Aqui é um espaço seguro para isso, para mulheres que amam jogar futebol, que não tenham oportunidade de jogar profissionalmente. Tem sido um espaço muito agradável, de fazer amizades. Hoje a gente está criando um vínculo. Tem essa ausência familiar e a gente acaba formando esses núcleos, uma vai contando com a outra, isso é muito legal", afirma.
Em ano de Copa do Mundo feminina, em que o futebol das mulheres vem aos poucos ganhando mais espaço e torcida também masculina, muitas dessas mulheres sentem uma satisfação pessoal de realizarem seus sonho de menina, mesmo que seja por lazer. Muitas delas ouviram quando eram crianças dos pais que "futebol não é coisa de menina".
É o caso da professora de Educação Física Gabriela Galdino, 28 anos, moradora de Jacarepaguá, que sempre gostou de jogar futebol, correr e brincar com meninos e ouvia seu pai criticá-la com um apelido pejorativo por conta disso.
"Eu era aquela moleca de 'perna russa' jogando bola na rua, não era a menina que queria ficar dentro de casa brincando de boneca, as minhas tias me viam mal porque eu queria soltar pipa, queria correr atrás de bola. Meu pai me chamava de 'machuda' o tempo todo, fui crescendo ouvindo aquilo, que não sabia o que era. Embora ele ficasse feliz vendo que eu tinha algum talento, ele se incomodava com meu jeito de jogar, de não ser vaidosa", recorda.
O sonho de se profissionalizar no futebol como jogadora não foi concretizado, mas o que antes era motivo de "vergonha" por parte da família, passou a ser orgulho quando ela trabalhou nos Estados Unidos como treinadora de futebol.
"Reunião de família no final de semana eu era criticada e eu fui ser treinadora de futebol nos Estados Unidos, passei num processo seletivo e, a família que lá atrás me julgava, passou a se orgulhar. Mas antes eu lembro muito bem, eu não era o orgulho da família, eu era a vergonha", desabafa. Gabriela trabalhou durante dois anos nos Estados Unidos como treinadora de meninos e meninas de 4 anos até 17 anos e define a experiência como "fantástica".
"Antigamente poucas mulheres estavam na mídia, nas redes sociais e quanto mais referência a gente tem e menos machismo, a gente consegue com que as meninas possam se ver neste lugar. Cheguei a jogar pela Federação Carioca de Futebol, pelo time Carioca Atlético Clube, mas não prossegui porque quis cursar Educação Física. Talvez se eu tivesse mais oportunidade naquela época, com certeza levaria esse sonho adiante", garante.
Hoje ela trabalha com meninas e mulheres em situação de vulnerabilidade social, com idade que vão de 11 a 17 anos, em uma ONG chamada Empodera, localizada na Cidade de Deus, zona oeste do Rio. "Trabalho com o empoderamento dessas meninas através do futsal e handebol e nós atendemos 150 meninas no projeto chamado 'Uma Vitória Leva à Outra', em parceria com o comitê olímpico internacional", explica.
Há cinco meses Gabriela descobriu o 'Futebol de Quinta' e desde então tem sido presença frequente.
"Esse aqui é um espaço que tenho gostado cada vez mais de estar, tenho feito escolhas para estar aqui. Quando a gente trabalha, temos que priorizar algumas coisas. O 'Futebol de Quinta' tem sido uma escolha para mim. Eu escolho estar aqui para socializar com as pessoas, para me manter ativa, não só meu corpo como minha mente. Depois de um dia estressante de trabalho, tudo o que quero é relaxar, sorrir, brincar. Aqui é um espaço seguro para isso, para mulheres que amam jogar futebol, que não tenham oportunidade de jogar profissionalmente. Tem sido um espaço muito agradável, de fazer amizades. Hoje a gente está criando um vínculo. Tem essa ausência familiar e a gente acaba formando esses núcleos, uma vai contando com a outra, isso é muito legal", afirma.
Carioca, corintiana e presidente do 'Boca Juniors'
A vendedora Thayná Vieira, 26 anos, moradora do Morro dos Macacos, em Vila Isabel, joga bola desde a infância por influência dos irmãos caçulas, dois meninos.
A carioca chamou a atenção ao aparecer na pelada com uma camisa do Corinthians. "Não tenho time no Rio, sou corintiana desde os 8 anos de idade. Vi um jogo Corinthians e Flamengo e o Tévez esculachou o Flamengo, em 2005, nunca vou esquecer isso. A torcida ficou doida. Aqui no Rio eu vou aos jogos, já fui em caravana para São Paulo", conta.
E além de jogar na pelada do Aterro, Thaysão, como é conhecida, também tem uma função importante na comunidade em que vive.
"Existe um torneio de futebol no Macaco, hoje em dia sou presidente do time chamado Boca Juniors Isso é uma vitória porque a gente nunca espera que a mulher esteja nessa posição. Um monte de homens me ouvem", conta ela sorridente.
Thayná joga com o grupo há mais de um ano e conta que além de praticar o esporte, é um momento de fazer amizades e socializar.
"Hoje em dia saio com a galera, as meninas assistiram a estreia da Copa juntas. Aqui é tudo na amizade, se tiver um lance ruim, ninguém critica", explica.
Andriele Lago, 26 anos, é de Tomé-Açu, interior do Pará, e se mudou para o Rio de Janeiro há um ano após o marido ser transferido do trabalho. Mãe de Ráysson Andrade, de 9 anos, ela é moradora da Praça da Bandeira e costuma participar do futebol quase todos os dias, tanto no Aterro quanto em Abolição, onde leva o menino para jogar com as mulheres. Em alguns jogos, o marido é o goleiro da partida.
"Desde criança eu gostava de futebol, mas meu pai não deixava eu jogar dizendo que era para homem. Meu pai jogava e não gostava que a gente fosse para 'beira de campo'. Ele dizia: 'beira de campo é para homem, não é para mulher'. Mesmo assim eu jogava no quintal com os primos, só eu de mulher", lembra.
A paraense começou a jogar com frequência na adolescência e descobriu o 'Futebol de Quinta' em uma pesquisa no Instagram e revela que além de botar praticar um dos seus esportes favoritos, o grupo foi fundamental para que ela fizesse amizades e se sentisse mais integrada no Rio.
"Mudou totalmente minha vida, me sinto muito mais sociável. A gente marca resenha, de sair, aniversários. Meu marido joga na Abolição, ele é nosso goleiro lá", conta.
Fernanda Picollo, natural de Santa Catarina, mora no Rio há cinco anos e viaja pelo Brasil registrando o amor entre mulheres com o projeto "Documentadas".
A ideia, segundo ela, surgiu após diversos estudos e da percepção de que as mulheres têm pouco registros de sua história, principalmente quando se trata de mulheres que se relacionam afetivamente com outras do mesmo sexo.
"Veio pela ausência de a gente não ter história, essa representação histórica de quem nós somos. Não é só o contar histórias, a plataforma 'Documentadas' também gera acolhimento psicológico, emprego. Faço um texto sobre a história de amor delas, quem elas são e registro fotograficamente", diz.
Moradora do Catete, ela gosta de futebol desde pequena e quando se mudou para o Rio descobriu o projeto. "E foi muito na vontade de jogar bola, de conhecer gente. Eu tinha muito receio de não conseguir ingressar em algum grupo porque viajo muito com o projeto, que depende só de mim. Aqui não tem essa cobrança, as meninas aqui abraçaram o projeto", completa.
Fernanda conta que esse mês percebeu que a união do grupo é algo que vai além do futebol. "Tive questões pessoais na minha vida, que ela estiveram muito presentes. A Ana foi uma pessoa que falou: 'a gente te ajuda'. A gente se apoia muito de uma forma que eu nunca tinha vivido aqui", conclui.
Orgulho da seleção feminina na Copa
Orgulho da seleção feminina na Copa
E em ano de Copa do Mundo, um dos assuntos mais empolgantes entre as jogadoras do "Futebol de Quinta" quando a reportagem de O Dia esteve no Aterro foi a estreia da seleção brasileira na segunda-feira (24). Algumas integrantes se reuniram em uma lanchonete para tomar café da manhã e assistirem ao jogo juntas.
"Sabe quando o olho brilha? É isso. Fui assistir com as meninas daqui numa lanchonete e você começa a ver que as pessoas param na rua para ver o jogo, homens parando, vibrando. São detalhes sutis, mas você consegue ver que as pessoas estão se movimentando, falando sobre aquilo, compartilhando no Instagram, então é uma visibilidade grande", comemora Gabriela.
Para ela, apesar da grande visibilidade para o futebol feminino esse ano com as transmissões na TV e internet, ele ainda não tem o reconhecimento merecido.
"Reconhecer é quando você investe na base, quando você faz uma ação para promover mulheres que trabalham com futebol. Está em crescimento, é uma ótima oportunidade nessa Copa, é uma emoção muito grande ver essas mulheres lá, são inspirações para mim e exemplos para as minhas alunas. Hoje elas são quem eu era antigamente e elas querem chegar lá. A gente precisa de mais Martas,essas meninas novas estão sendo essas pessoas. Que venham mais Martinhas por aí e vão deixar esse legado", completa.
A professora de Educação Física opina ainda sobre a diferença que vê entre o futebol masculino e feminino.
"No futebol masculino tem muito estrelismo e no futebol feminino, as meninas querem jogar no coletivo, elas não se importam. Existe muita empatia entre o time das mulheres, isso que levo para as minhas alunas também. Todo mundo brilhando junta, a gente chega lá".
Ana Flávia comenta que se emocionou e se arrepiou várias vezes durante o jogo do Brasil. "Vi o sorrisão da Ary Borges e pensei: nossa, deve ser uma emoção linda estar ali dentro, vivendo isso tudo", diz.
"A sensação é de 'ainda temos muito espaço pra conquistar, mas o primeiro passo já está sendo dado'. Por muito tempo o futebol feminino foi desvalorizado. E é de extrema importância para a nossa sociedade como um todo, principalmente pras meninas de hoje em dia, poderem crescer num lugar onde está tudo bem entrar em quadra pra fazer um gol", opina.
Thayná Vieira comemora o olhar que os grandes clubes de futebol estão tendo para as mulheres. "Os grandes do Brasil não tinham uma categoria feminina, hoje em dia bastante time tem, isso é muito legal. Ainda precisa melhorar, mas as pessoas estão procurando saber. Meus irmãos que nunca viam futebol feminino, hoje estavam vendo jogo da Seleção. Os caras sentarem para assistir, isso na minha casa, na minha vida, isso é uma vitória", vibra.
"Sabe quando o olho brilha? É isso. Fui assistir com as meninas daqui numa lanchonete e você começa a ver que as pessoas param na rua para ver o jogo, homens parando, vibrando. São detalhes sutis, mas você consegue ver que as pessoas estão se movimentando, falando sobre aquilo, compartilhando no Instagram, então é uma visibilidade grande", comemora Gabriela.
Para ela, apesar da grande visibilidade para o futebol feminino esse ano com as transmissões na TV e internet, ele ainda não tem o reconhecimento merecido.
"Reconhecer é quando você investe na base, quando você faz uma ação para promover mulheres que trabalham com futebol. Está em crescimento, é uma ótima oportunidade nessa Copa, é uma emoção muito grande ver essas mulheres lá, são inspirações para mim e exemplos para as minhas alunas. Hoje elas são quem eu era antigamente e elas querem chegar lá. A gente precisa de mais Martas,essas meninas novas estão sendo essas pessoas. Que venham mais Martinhas por aí e vão deixar esse legado", completa.
A professora de Educação Física opina ainda sobre a diferença que vê entre o futebol masculino e feminino.
"No futebol masculino tem muito estrelismo e no futebol feminino, as meninas querem jogar no coletivo, elas não se importam. Existe muita empatia entre o time das mulheres, isso que levo para as minhas alunas também. Todo mundo brilhando junta, a gente chega lá".
Ana Flávia comenta que se emocionou e se arrepiou várias vezes durante o jogo do Brasil. "Vi o sorrisão da Ary Borges e pensei: nossa, deve ser uma emoção linda estar ali dentro, vivendo isso tudo", diz.
"A sensação é de 'ainda temos muito espaço pra conquistar, mas o primeiro passo já está sendo dado'. Por muito tempo o futebol feminino foi desvalorizado. E é de extrema importância para a nossa sociedade como um todo, principalmente pras meninas de hoje em dia, poderem crescer num lugar onde está tudo bem entrar em quadra pra fazer um gol", opina.
Thayná Vieira comemora o olhar que os grandes clubes de futebol estão tendo para as mulheres. "Os grandes do Brasil não tinham uma categoria feminina, hoje em dia bastante time tem, isso é muito legal. Ainda precisa melhorar, mas as pessoas estão procurando saber. Meus irmãos que nunca viam futebol feminino, hoje estavam vendo jogo da Seleção. Os caras sentarem para assistir, isso na minha casa, na minha vida, isso é uma vitória", vibra.
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