Leonardo Augusto Teixeira Lima, vulgo "Trem", é chefe do crime no Complexo do LinsDivulgação
Publicado 30/07/2023 20:05 | Atualizado 30/07/2023 20:07
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Rio - Policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Jacarezinho prenderam, neste domingo (30), Leonardo Augusto Teixeira Lima, vulgo "Trem", apontado pela Polícia Militar de participar do confronto que terminou na morte da jovem Kathlen de Oliveira Romeu, em junho de 2021, no Complexo do Lins, Zona Norte do Rio. Segundo as investigações, Leonardo também é um dos principais chefes do crime organizado na comunidade.
"Trem" foi localizado pelos policiais da UPP quando transitava em uma moto nas proximidades do viaduto de acesso ao túnel Noel Rosa, em Vila Isabel, também na Zona Norte. Na tentativa de fugir dos agentes, Leonardo caiu da parte baixa do viaduto e foi levado para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha. O estado de saúde dele é considerado estável.

O criminoso era foragido da Justiça e responde pelo crime de homicídio, além de ter passagens por roubo, tráfico de drogas e resistência qualificada. A moto que estava com Leonardo era roubada e foi apresentada na 25ª DP (Engenho Novo), onde a ocorrência foi registrada.
Relembre o caso
Kathlen Romeu, de 24 anos, foi morta no Complexo do Lins, na Zona Norte do Rio, em 8 de junho de 2021. Ela estava visitando parentes junto de sua avó quando foi atingida por um tiro.

A jovem era uma designer de interiores e modelo que estava grávida de quatro meses. O caso ganhou ampla repercussão e provocou protestos e debates sobre a violência policial.
A Polícia Militar, na época, informou que houve uma troca de tiros no local. A versão é contestada pela família. No enterro de Kathlen, sua mãe, Jackeline Oliveira, chegou a dizer que não foi uma bala perdida, mas sim uma 'bala direcionada'.
O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) realizou, no fim de maio, uma audiência de instrução e julgamento dos dois policiais militares acusados de matar Kathlen. No primeiro dia de audiência, foram ouvidas quatro testemunhas escolhidas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).
A primeira a falar foi a avó de Kathlen, Sayonara de Fátima Queiroz de Oliveira. Ela reforçou que as ruas estavam calmas, enquanto elas caminhavam em direção à casa da tia de Kathlen. Não havia barulho que indicasse troca de tiros. A avó relatou ter ouvido, de repente, uma rajada e, depois, viu a neta caída no chão.
A mãe de Kathlen, Jackelline de Oliveira Lopes, também prestou depoimento. Ela afirmou que, à época, foi avisada apenas que a filha havia sido atingida no braço e só descobriu sobre a morte no hospital. Para lidar com a perda da filha, disse que recorreu a remédios e a sessões de terapia: “Para não enlouquecer, eu saio de casa para trabalhar”.

As outras duas testemunhas ouvidas pela Justiça foram Marinalva Mafra Pinto, moradora do Beco da 14, e Noeli Brandão, presidente da Associação de Moradores Unidos do Barro Preto, do Complexo do Lins.

Na próxima audiência, marcada para o dia 7 de agosto, estão previstos depoimentos de mais testemunhas.
Os dois policiais militares acusados de homicídio são Marcos Felipe da Silva Salviano e Rodrigo Correia de Frias. Eles patrulhavam a região onde Kathlen foi baleada. Os dois alegam ter trocado tiros com traficantes locais. Além de réus por homicídio, eles respondem, junto com mais três PMs, por fraude processual, pois teriam alterado a cena do crime.
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