Publicado 05/08/2023 10:04
Rio - A mulher acusada de racismo em uma loja do McDonald's em Campo Grande, Zona Oeste, na madrugada da última segunda-feira (31), prestou um novo depoimento à Polícia Civil na sexta-feira (4). Ao ser ouvida, Amanda Queiroz Ornela alegou que estava bêbada e ainda negou ser médica e 'casada com milícia'.
"Esclarece que no dia do fato estava alcoolizada, que passou o dia bebendo cerveja, bananinha e 51 [cachaça] ouro", diz o depoimento. As informações foram obtidas pelo RJ2, da TV Globo.
No vídeo, obtido pelo O DIA, a mulher aparece dizendo que "odeia preto" duas vezes, que não é "obrigada" a gostar e que "racismo não dá cadeia". Além disso, ela também alega ser médica. Veja:
Na ocasião, Amanda foi levada para a delegacia, ouvida e liberada. Porém, a Polícia Civil a chamou novamente para questionar seu registro como médica. Ela afirmou, tanto na lanchonete como na delegacia, que era psiquiatra, mas, de acordo com as investigações, seu nome não foi encontrado no Conselho Regional de Medicina (Cremerj).
Em seu segundo depoimento, ela assumiu que mentiu e admitiu trabalhar como auxiliar administrativo em uma farmácia. De acordo com ela, falou que era médica porque uma outra mulher alegou que era advogada.
A mulher também admitiu ter mentido sobre ser casada com um miliciano - no vídeo, ela aparece dizendo "Casada com milícia [SIC], beijos". Desta vez, alegou ter sentido medo de ser agredida.
A vítima é Mattheus da Silva Francisco, de 22 anos, que chorou após ser ofendido. "A gente parou ao lado dela para fazer um pedido de lanche porque não tinha fila. A atendente nos atendeu antes dela. Aí, ela se revoltou contra a gente e começou a insultar a gente. Disse que eu era preto, que eu não conseguia chegar a nenhum lugar devido à minha cor e o lugar onde eu moro", disse.
Agentes da 35ª DP (Campo Grande) investigam o caso, registrado como injúria por preconceito. Caso seja condenada, ela pode ter uma pena de dois a cinco anos de prisão.
Após ela ser levada para a delegacia, segundo a Polícia Civil, a vítima foi ouvida, assim como a autora, que inicialmente negou o fato e depois manifestou o desejo de ficar em silêncio.
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