Publicado 24/08/2023 22:00
Ao longo dos anos vemos os produtores de conteúdo e as autoridades lutarem contra a pirataria, que é a prática de vender ou distribuir algo sem a expressa autorização dos proprietários de uma marca ou produto. Geralmente, esse ato é relacionado a conteúdo audiovisual, como música, filmes etc., ou mesmo livros. Nesta semana, fomos surpreendidos como um novo tipo de pirataria: a de jornal. O jornal MEIA HORA foi pirateado. Teve a sua logo e o seu template copiados por um panfleto apócrifo de entidade de classes com conteúdo político de linguagem extrema, de forma a enganar os leitores, fazendo-os pensar em se tratar da publicação original.
Mas ao contrário do que parece, não foi algo engraçado. A pirataria é considerada pelas autoridades como um crime contra o direito autoral, sendo que a pena para este delito pode chegar a quatro anos de reclusão e multa para os autores.
A responsabilidade da publicação do 'Meia Hora fake' é do Comitê dos Comitês de Luta Rio, entidade que reúne representantes de diversas entidades de classe. O órgão não possui sede, ou existência jurídica, tendo produzido e distribuído o panfleto político de forma obscura.
O MEIA HORA esteve na última quarta-feira na sede da Central Única dos Trabalhadores do Rio de Janeiro (CUT-Rio) para investigar a origem do panfleto. A diretora da entidade, Keila Machado, informou que participou da discussão virtual do Comitê dos Comitês, onde ali mesmo fora identificada a semelhança com o MEIA HORA e, mesmo assim, a publicação teve produção e distribuição de 5 mil exemplares no estado do Rio de Janeiro.
"Não foi feito pela CUT-Rio. Foi feito pelo Comitê dos Comitês. Hoje em dia eles não possuem uma sede. Quem faz parte do coletivo são pessoas de vários partidos. Esse foi muito polêmico, deu bastante trabalho. Esse grupo não tem uma pessoa para decidir, é um coletivo. Na elaboração, eu entendi a proposta", afirmou.
No entanto, algumas informações passadas à reportagem foram desmentidas mais tarde, entre elas a do nome de uma suposta ONG, chamada Criar Brasil, que seria a responsável por copiar o design do MEIA HORA. No entanto, em novo contato no fim da tarde, foi dito que a mesma não era a responsável e que não era possível descobrir quem fez o panfleto apócrifo.
Ainda segundo a diretora da CUT-Rio, após a distribuição do jornal, foi pedido o cancelamento da circulação do mesmo. Mas não porque estava sendo cometido o crime de pirataria, e sim por não ter agradado ao público ao qual se destinava.
“A questão é que especialmente a galera da Zona Sul achou que a capa não era boa, porque a intenção era fazer alguma coisa que conversasse fora da bolha da esquerda. E a galera da esquerda falou que a gente não precisa de inimigos. Então falaram: 'não distribui'. Tiveram até algumas observações sobre (parecer com o Meia Hora)”, contou Keila.
Diante do ocorrido, o Grupo O Dia de Comunicação, que edita e publica o jornal MEIA HORA, irá recorrer à Justiça contra o Comitê dos Comitês, a CUT-Rio e demais entidades envolvidas por terem participado do crime de organização e distribuição do panfleto apócrifo copiando o design do jornal de forma a iludir os leitores de que seria o verdadeiro MEIA HORA.
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