Caso é investigado pela 13ª DP (Ipanema)Reprodução
Publicado 24/08/2023 19:49 | Atualizado 24/08/2023 20:00
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Rio - "Eu não podia ter acesso à casa. Era obrigada a ficar trancada dentro do meu quarto com meus pets.  No momento, estou realizando tratamento psicológico e medicações. Nunca deixem o medo calar vocês". Esse é parte do relato impactante da designer Andressa Maria de Melo Campista, de 24 anos, que acusa o ex-namorado, a tia e a mãe do homem, de agredi-la e mantê-la em cárcere privado dentro de um apartamento em Copacabana, na Zona Sul do Rio. A Polícia Civil investiga o caso.
Andressa usou os stories do Instagram nesta quarta-feira (23) para dar detalhes sobre o caso. Ela disse que morou junto com o companheiro e as duas mulheres por apenas sete dias. Neste tempo, a jovem relatou que ficava presa no quarto e que só podia sair por 30 minutos.
"Tinha direito apenas a duas saídas de, no máximo, trinta minutos. Se eu excedesse, eu tinha problemas. Elas regravam minha quantidade de comida, não deixava que eu tomasse banho todos os dias e 'trabalhava' de graça como designer para e empresa da mãe", escreveu.
Durante esses dias, Andressa disse que quis ir embora, mas foi impedida pelo companheiro, provocando uma discussão. Por isso, a tia do homem teria mandado que ele a prendesse e começado a cortar o corpo dela com um aparelho descartável de barbear, enquanto a humilhava. A vítima chegou a ser levada a um hospital, mas negou as agressões por medo e ameaças que sofria.
"Ela dizia: 'Se gritar, seu cachorro morre.' Sangrou muito e pedi para que me levassem ao médico, mas ela impôs uma condição: tomar 20mg de Zolpidem para simular loucura de suicídio. Chegando no hospital, o médico desconfiou porque pessoas que querem se suicidar fazem com gilete e não com prestobarba (que é algo seguro). Estava claramente configurado como tortura. Eu neguei toda a suspeita do médico por medo. Se eu denunciasse meu cachorro morreria. 'Ah, mas fez isso só por causa de um cachorro?' Dorothy é minha filha. Jamais fugiria e a deixaria morrer. 'Ah, mas porque não fugiu nos tempos de passeio de 30 minutos?' Simples, ameaças de matar meus familiares", escreveu.
Andressa explicou que voltou para a casa e começou a gritar com a tia do homem por causa do ocorrido, o que teria provocado outro episódio de agressão. A mulher teria obrigado o sobrinho a segurar a jovem à força, colocado remédio em sua boca e a agredido com socos e tapas na cara. A mãe do companheiro teria falado pra chamar uma ambulância e demonstrar preocupação afirmando que era suicídio.
"Neste momento de distração dos três sobre o que fazer eu consegui pegar o meu cachorro e gritar por socorro. Desci as escadas do condomínio gritando por socorro. Um casal vizinho me socorreu me colocando no carro. Nesse momento que o remédio fez seu efeito total e eu não lembro de mais nada. Lembro de estar descalça, sangrando e vagando na rua procurando o meu cachorro. Minha mãe foi me buscar em Copacabana", disse.
A mulher foi socorrida e encaminhada ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, Zona Norte, de onde recebeu alta na segunda-feira (21). Andressa disse ainda que o suspeito devolveu seu gato e seu cachorro, mas o cão estava ferido, com uma das patas enfiada em um ferro. A cadela foi para a veterinária e já se recuperou.
"No entanto, está traumatizada. Ninguém pode se aproximar de mim que ela avança. No momento, estou realizando tratamento psicológico e medicamentos. Nunca deixem o medo calar vocês. Eles alegam que eu que queria me matar. Quem quer se matar não grita por socorro. Se fosse o caso, eu não pediria socorro. Se fosse o caso, eu não estaria cheia de hematomas pelo corpo", finalizou.
O caso primeiramente foi registrado na 22ª DP (Penha), mas foi encaminhado para a 13ª DP (Ipanema). Segundo a Polícia Civil, os envolvidos serão chamados para prestar depoimento e outras diligências seguem para esclarecer os fatos.
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