Adolescente de 15 anos fica tetraplégico após treino de jiu jitsu em Japeri

Rio - Um adolescente de 15 anos ficou tetraplégico após participar de um treinamento de jiu jítsu em uma academia em Japeri, na Baixada Fluminense. O caso aconteceu no dia 26 de julho e, desde então, D. S. B. segue internado em estado grave no CTI do Hospital Geral de Nova Iguaçu.

Ao DIA, a mãe do menino, Suzane Cristina, disse que no dia do acidente o menino teria ido à academia treinar como sempre fazia. No entanto, dessa vez, ele teria lutado com um outro atleta mais velho e com porte físico maior, sem a supervisão de um professor. "Teve uma disputa, ele [o adolescente] estava lutando com um aluno maior de idade e com porte físico muito maior do que o dele. Ele jogou meu filho no tatame com um golpe brusco e meu filho já caiu sem movimentos", disse.

Ainda de acordo com a mãe, o dono da academia a ligou dizendo que o menino tinha sofrido um 'tombo bobo', mas, por via das dúvidas, tinha chamado uma ambulância do Samu e pediu para que ela fosse até a academia. "Cheguei lá e encontrei meu filho em uma maca e a médica falou para irmos logo pois a pressão dele estava muito baixa. Fomos direto para o Hospital Geral de Nova Iguaçu e fizemos uma tomografia, onde foi constatado que meu filho estava tetraplégico", lembrou. 

Após 37 dias internado, Suzane revelou que ela e o marido têm se revezado 24h para ficar no hospital com o adolescente e tem contado com doações de amigos, escolas e instituições religiosas para suprir com os cuidados básicos diários. "A minha vida e a do meu marido parou. Estamos nos revezando 24h pois o nosso filho é menor de idade e não pode ficar sem acompanhante, mesmo estando no CTI. Estamos vivendo de doações da escola que ele estudava, da igreja que ele frequentava e da Igreja Católica de Japeri. Eles estão nos ajudando muito", revelou Suzane.

Sem respostas sobre o que de fato ocorreu, Suzane afirma que a academia não tem prestado o devido suporte à família e que o aluno responsável por causar a lesão em seu filho foi expulso para que a verdade não viesse à tona. 

O pai do adolescente registrou um boletim de ocorrência por lesão corporal, nesta sexta-feira (01), na 63ª DP (Japeri). A Polícia Civil ainda não se manifestou sobre o caso. 

Procurado pelo DIA, o Centro de Treinamento Renan Teodoro lamentou 'a fatalidade ocorrida e se solidarizou com o aluno e sua família'. Segundo a academia, todos os treinos no local ocorrem seguindo todas as regras do jiu jítsu e as normas de segurança. "Temos um carinho enorme pelo aluno e por toda a família. O CT tem prestado todo o suporte ao aluno e sua família dentro das possibilidades. Vale ressaltar que tem sido disseminadas várias inverdades. Estamos a disposição para sanar qualquer dúvida que porventura possa surgir", informa a nota.