Bienal do Livro no Rio Centro, na Barra da Tijuca, neste domingo (03)Cléber Mendes/Agência O Dia
Publicado 03/09/2023 20:08
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Rio - A Bienal do Livro, que comemora seus 40 anos de edição neste ano, teve grande movimentação de pessoas durante o terceiro dia do evento, neste domingo (3), no Riocentro, na Barra da Tijuca, Zona Oeste. Amantes de literatura, escritores e editores estiveram na feira, que atraiu pessoas de várias partes do Brasil e do mundo. No local, os frequentadores aproveitaram o último dia do fim de semana para comprar livros e ter contato com os autores das obras. 
O amante de livros e professor de física Jair Felipe, 35 anos, contou ao DIA que frequenta a Bienal do Livro desde 2013. Ele já coleciona mais de 40 obras compradas durante o evento nos últimos anos. "É momento de interação, gosto muito da conexão entre autor com público. Tem autores que vão em dia de semana, mas aí eu estou trabalhando. No entanto, poder conversar com quem escreveu uma história que te fez viajar, refletir na leitura, é tudo de bom", contou o professor, que, neste ano, levou cinco livros e uma história em quadrinhos. 
Já para a escritora e doula Susane Moscardini esta edição representou uma realização pessoal.  Ela teve a oportunidade de estar pela primeira vez na Bienal do Livro como autora de uma obra. "Foi muito especial ter tido a oportunidade de estar no Boulevard Literário autografando meu livro em um ano tão especial como este para a Bienal. Foi muito significativo para mim. Poder falar um pouco sobre o trabalho da doula que tantas pessoas desconhecem, sobre empoderamento feminino, é realmente muito emocionante", explicou.
A escritora também revelou que frequenta o evento há anos com seus dois filhos, que hoje tem 9 e 12 anos. Para ela, trazê-los para compartilhar esse momento do autógrafo dos livros foi o momento mais marcante desta edição da Bienal do Livro. "Parece que a ficha ainda não caiu. Sensação de borboletas no estômago, muita alegria mesmo", afirmou.
Os irmãos Lycia Barros e Thiago Araújo, da Ases da Literatura, voltaram ao Brasil para participar do evento. Como a editora tem sede em Lisboa Portugal, eles tiveram grandes emoções ao se encontrarem com seus autores brasileiros, com quem tinham contato apenas a distância. "Participar da Bienal para a gente está sendo um sonho, porque o nosso proposito é a divulgação da literatura em língua portuguesa. Nossos autores em geral são angolanos, brasileiros e portugueses. Apesar da sede ser em Portugal, temos muitos autores brasileiros. Então, atendendo a pedidos, estamos aqui", afirmou Lycia.
A Bienal do Livro 2023 começou nesta sexta-feira (1º), às 9h, quando o público teve acesso aos 90 mil m² do evento no Riocentro, na Zona Oeste. Com mais de 200 horas de programação e 300 autores confirmados, os organizadores esperam receber aproximadamente 600 mil pessoas nos 10 dias de feira.
O evento, que este ano conta com mais de 300 estandes, foi aberto depois de uma pequena solenidade que contou com a participação da premiada escritora infanto-juvenil Thalita Rebouças, do prefeito Eduardo Paes, além de outras autoridades.
As obras de Maurício de Sousa, o pai da Turma da Mônica, estão espalhadas por todos os três pavilhões. Na entrada, um gigantesco coelho inflável — representando Sansão, o bichinho de pelúcia inseparável da Mônica — recepciona o público. O burburinho das crianças foi o principal som dos corredores desde o primeiro dia. Centenas de alunos de escolas públicas e particulares marcaram presença no festival que, este ano, montou um espaço exclusivo com programação infantil.
Além das palestras, encontros e debates, o festival dispõe de milhares de livros, com preços mais acessíveis que em livrarias tradicionais.
Patrimônio Cultural do Rio
Durante a solenidade de abertura do evento, o prefeito Eduardo Paes assinou o decreto que dá à Bienal o status de Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial. "É uma alegria enorme poder estar aqui, abrindo a edição que comemora os 40 anos da Bienal do Livro. Essa aqui é a nossa olimpíada do conhecimento, da cultura e do saber. Portanto, não poderíamos fazer uma homenagem mais importante do que tornar a Bienal do Livro como Patrimônio Imaterial da cidade", disse o prefeito.
A cerimônia de abertura trouxe para o palco um pouco das experiências que o público vai viver nos próximos 10 dias, com o grande mote da edição de 40 anos: o que nos torna humanos, a capacidade de sentir e se emocionar. A solenidade contou com a presença de autoridades, como o prefeito Eduardo Paes, a Diretora de Negócios da GL events Exhibtions, Tatiana Zaccaro e o presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), Dante Cid.
"A Bienal é um evento muito querido e que faz parte do calendário do país. Ao longo desses 40 anos, deixou de ser uma feira de livros e se transformou em um festival de cultura e entretenimento, oferecendo experiências e narrativas que transcendem o formato do livro físico para um conceito de leituras elásticas, permeando o audiovisual, teatro, música e games", afirmou Tatiana Zaccaro.
 
 
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