Prédios com risco de desabamento são esvaziados na Muzema

Rio - Dois prédios com risco de desabamento foram esvaziados, na manhã desta quarta-feira (6), na Muzema, Zona Oeste do Rio. De acordo com o Corpo de Bombeiros, há uma rachadura entre os edifícios e um deles está inclinado.

Militares do quartel da Barra da Tijuca foram acionados às 6h23 para a Avenida Engenheiro Souza Filho. No local, moradores informaram que a rachadura aumentou e que pedaços de reboco caíram no espaço entre os dois prédios.

Os edifícios, que possuem cinco e sete andares, foram esvaziados. Ninguém ficou ferido. Segundo os Bombeiros, a Defesa Civil Municipal foi acionada para uma vistoria.

Em nota, o órgão informou que técnicos identificaram se tratar de um desprendimento de concreto utilizado para fechar o vão existente entre os dois edifícios. Foi informado, ainda, que não há risco iminente de queda ou colapso de nenhum dos dois imóveis.

A Secretaria de Conservação também foi acionada para eliminar o risco de novos desprendimentos de pedaços de concreto que ainda podem se soltar dos prédios. Por esse motivo, foi necessário realizar a interdição preventiva de uma casa construída ao lado de um dos prédios, visando evitar acidentes durante o trabalho dos técnicos. 

Em abril de 2019, 24 pessoas morreram após o desabamento de dois prédios na Muzema, Zona Oeste do Rio. Segundo a prefeitura do Rio, as construções eram irregulares e tiveram as obras interditadas em novembro de 2018.

A região é dominada pela milícia. No ano anterior, policiais militares do Comando de Polícia Ambiental (CPAM) fizeram uma operação no local e prenderam 39 pessoas por envolvimento com grupos paralimitares. 

Na época, os agentes descobriram a construção de dezenas de prédios de quatro a seis andares em média, onde anúncios ofereciam apartamentos de diversos valores e condições de pagamento, inclusive com projeção de taxas de condomínio. As construções clandestinas verticalizadas não possuíam infraestrutura básica, como ligação regular de esgoto, que seriam lançados em rios e na Lagoa da Barra, e poluiria essas águas.