Publicado 16/09/2023 17:41 | Atualizado 16/09/2023 18:34
Rio - A 16ª DP (Barra da Tijuca) vai investigar se o entregador de aplicativo Márcio Machado sofreu agressão durante um atendimento ao jornalista Rica Perrone. O motoboy registrou um boletim de ocorrência contra Rica, nesta sexta-feira (15), por agressão e discriminação social.
O crime aconteceu, segundo o entregador, no dia 9 de julho, quando ele foi entregar uma comida solicitada pelo jornalista, mas o mesmo não concordou em descer para buscar o pedido. Márcio, então, subiu, mas ao chegar no apartamento o jornalista jogou o pedido em cima dele e o mandou embora, sob palavrões: "Vai embora, seu c*zão do c*r*lho".
Em uma entrevista para o podcast 'O Poder nos Bastidores', Rica confirmou as ofensas e a agressão contra o entregador. Na ocasião, o jornalista disse que havia agredido Márcio por não concordar com o atendimento.
O entregador disse que só decidiu denunciar o caso após o trecho do podcast viralizar. Em uma publicação nas redes sociais, Márcio afirmou que não ofendeu Rica e que não queria subir até o apartamento do jornalista por medo de ter a moto roubada, já que um amigo havia sido furtado na mesma semana. "Eu não falei 'pegar a p*rra do seu pedido'. Eu só respondi a pergunta que ele fez após me indagar sobre não querer deixar minha moto na rua"
Márcio ainda criticou a atitude de quem não desce para pegar as encomendas. "Eles não conseguem entender que o entregador do aplicativo não é empregado deles. Serviço de quarto tem em hotel não em aplicativo de entrega!". O motoboy disse que o caso não afetou sua conta no iFood e informou, inclusive, que havia denunciado Perrone para a plataforma. "Continuo trabalhando muito, graças a Deus! Assim como ele me reportou, eu também denunciei ele por agressão e discriminação!"
Jornalista pede desculpas
Através das suas redes sociais, Rica Perrone disse que tentou conversar com o entregador após o ocorrido e pediu desculpas publicamente neste sábado (16). Em nota, o jornalista disse que a encomenda se tratava de um alfajor. "Quando nos desentendemos, eu joguei o pacote na mão dele e ele me devolveu o cartão do banco, com o qual estava fazendo a compra. A gente nem se encostou. Eu xinguei ele, ele me xingou e pronto. Faço aqui o meu pedido de desculpas a ele e a todos que se sentiram ofendidos. Aconteceu uma discussão sem qualquer agressão. Segue o jogo", escreveu Rica.
Veja o pronunciamento na íntegra:
Processo
Em nota, Brian Hansen, advogado do motoboy, afirmou que vai processar o jornalista, já que o entregador "foi vítima de preconceito social praticado por Rica Perrone quando foi agredido duplamente por ele. Primeiro, no ato da agressão e, em seguida, quando, em um podcast, se vangloriou de seus atos".
Ainda no comunicado, o advogado cita a pontuação de Márcio na plataforma e afirma que o entregador apenas recebe boas avaliações. "Márcio Machado já realizou mais de 300 entregas avaliadas na plataforma e atingiu o score de 99,7%, ou seja, sua única avaliação negativa foi a realizada pelo sr. Ricardo Perrone Vasconcelos Ribeiro"
Segundo o iFood, a obrigação do entregador é entregar no primeiro ponto de contato que existe no local escolhido pelo consumidor, ou seja, ele não é obrigado a subir em prédios. "Se for no condomínio, esse ponto é a portaria. Essa é a recomendação dada para os entregadores e a comunicação passada para os consumidores", explica Diego Barreto, vice-presidente de estratégias e finanças da plataforma.
Segundo o iFood, a obrigação do entregador é entregar no primeiro ponto de contato que existe no local escolhido pelo consumidor, ou seja, ele não é obrigado a subir em prédios. "Se for no condomínio, esse ponto é a portaria. Essa é a recomendação dada para os entregadores e a comunicação passada para os consumidores", explica Diego Barreto, vice-presidente de estratégias e finanças da plataforma.
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