Publicado 17/09/2023 19:18 | Atualizado 17/09/2023 19:19
Rio - O Solidariedade no Rio de Janeiro decidiu, por unanimidade, expulsar o prefeito de Barra do Piraí, Mario Esteves, neste domingo (17). A decisão aconteceu após viralizar nas redes sociais a fala do prefeito em que ele diz que o município, localizado no Sul do estado, tem muitas crianças e sugeriu, como solução, "castrar" as mulheres.
No comunidade, assinado pelo presidente estadual do Solidariedade, o deputado federal Aureo Ribeiro, o partido considerou a fala do prefeito como misógina e um "total desrespeito às mulhere". Veja o comunicado na íntegra abaixo:
Durante um evento em que Mario esteve presente, na quinta-feira (14), ele deu o seguinte discurso: "O que não falta em Barra do Piraí é criança. Cadê o Dione (secretário Municipal de Saúde)? Tem que começar a castrar essas meninas. Controlar essa população. É muito filho, cara", disse o prefeito, que ainda sugeriu a aprovação de uma lei que limite a dois a quantidade de filhos por mulher. "No máximo dois. Tem que fazer uma lei lá na Câmara. Haja creche pra ser construída nos próximos anos. Tem que ter um projeto federal, estadual e municipal, porque precisa sim desse controle. É muita responsabilidade colocar filho no mundo", disse o prefeito, que foi aplaudido.
Após a repercussão negativa, o prefeito Mário Esteves admitiu ter errado os termos. "Reconheço o equívoco na troca do termo técnico – 'laqueadura' por 'castrar'. No entanto, isso não diminui a importância do assunto. O que deveria entrar em pauta era o planejamento familiar. Esse é o assunto que tem que estar nas manchetes – e não a troca num termo técnico. Infelizmente, hoje, qualquer palavra mal colocada pode se transformar em barbárie nas mãos de pessoas mal intencionadas."
Repercussão
Autoridades, órgãos e entidades comentaram a fala neste sábado (16). "Tamanho é o desrespeito e a falta de empatia às mulheres, que o prefeito se refere a nós como se fôssemos "bichos" sujeitas ao controle da prole, ignorando o fato de que as mulheres não geram os filhos sozinhas. Em uma só fala, quebra o decoro a que o cargo de chefe máximo do executivo municipal deve se submeter; demonstra toda a sua misoginia e machismo; reforça seu preconceito sobretudo com as mulheres mais pobres - que são aquelas para as quais efetivamente direciona a fala, aquelas às quais seus filhos darão despesas futuras para o governo com a construção de creches", disse a vereadora Kátia Miki (Cidadania).
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