Estação Primeira de Mangueira se despede de Moacyr da Silva, compositor e baluarte

Rio - A Estação Primeira de Mangueira perdeu um de seus integrantes mais antigos. O baluarte Moacyr da Silva, mais conhecido como Moacyr Compositor, faleceu no último sábado (16), aos 88 anos, em decorrência de complicações pulmonares. O sambista, que estava internado há mais de um mês no Hospital Badim, no Maracanã, lutava contra o mal de Alzheimer, de acordo com familiares. O sepultamento aconteceu também no sábado, no Memorial do Carmo, no Caju.

Moacyr foi um dos autores do samba-enredo de 1972, "Rio, Carnaval dos Carnavais", ao lado de Padeirinho (1927-1987) e Nilton Russo, com o qual a Verde e Rosa foi vice-campeã. A obra chegou, ainda, a ser regravada pela cantora Elza Soares (1930-2022) e usada no filme "Um Caipira em Bariloche", estrelado por Mazzaropi (1912-1981), em 1973. Nas cenas, Elza aparece cantando o samba-enredo aos pés do Cristo Redentor.

Ao lado de Preto Rico (1923-2009), compôs o samba de terreiro "Velha Baiana", que animava os ensaios da agremiação na década de 1960. Foi, ainda, um dos fundadores do bloco carnavalesco Império de Gramacho.

Moacyr era padrinho do músico Bira Show, filho de Padeirinho. Ele ocupava a cadeira 10 no Conselho Superior de Baluartes, a mesma que pertenceu ao fundador Carlos Cachaça (1902-1999).

"Meu pai era muito alegre. Quero guardar as melhores lembranças dele e, também, as histórias que ele contava da Mangueira", disse a filha do sambista, Luzia da Silva.

Diretor de Carnaval da Liesa e ex-presidente da Mangueira, Elmo José dos Santos também lamentou o falecimento do baluarte. "Foi uma grande perda para a Estação Primeira de Mangueira e para o mundo do samba. Ele era como um pai para mim, me viu nascer. Foi um homem que dedicou sua vida em prol da Mangueira."

A notícia do falecimento foi publicada pelo pesquisador mangueirense e escritor Onesio Meirelles em seu perfil no Facebook. 

Moacyr da Silva deixa mulher, Ana Jacomo da Silva, e duas filhas: Luzia e Luciana.