Publicado 25/09/2023 00:00 | Atualizado 25/09/2023 10:39
Dados coletados nacionalmente e um teste feito pela OMS (Organização Mundial da Saúde) apontam que 6 milhões de brasileiros - pouco mais de 4% da população adulta - têm um padrão que indica consumo perigoso de bebidas alcoólicas, com risco de dependência e problemas de saúde.
Os dados foram extraídos do Covitel (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia), que ouviu 9.000 brasileiros de janeiro a abril de 2023 sobre diferentes fatores de risco para doenças crônicas, entre eles o consumo de álcool.
No entanto, com quantos copos de cerveja, taças de vinho ou doses de destilado a pessoa passa a ter um consumo considerado excessivo? É razoável argumentar que não há um número universal, que se adeque a todos os públicos. Esse limite dependeria de uma série de fatores como idade, sexo, condição física, características genéticas, estilo de vida e estado geral de saúde do indivíduo, além do teor alcoólico do líquido ingerido.
“Uma das principais características que vai determinar se uma pessoa é alcoólica ou não está na mudança de comportamento. Se a pessoa bebe uma vez por ano, no Natal, por exemplo, e muda drasticamente o comportamento, possivelmente ela é portadora da doença do alcoolismo”, explica Cadu Fraga, psicanalista e doutor em psicologia.
No entanto, com quantos copos de cerveja, taças de vinho ou doses de destilado a pessoa passa a ter um consumo considerado excessivo? É razoável argumentar que não há um número universal, que se adeque a todos os públicos. Esse limite dependeria de uma série de fatores como idade, sexo, condição física, características genéticas, estilo de vida e estado geral de saúde do indivíduo, além do teor alcoólico do líquido ingerido.
“Uma das principais características que vai determinar se uma pessoa é alcoólica ou não está na mudança de comportamento. Se a pessoa bebe uma vez por ano, no Natal, por exemplo, e muda drasticamente o comportamento, possivelmente ela é portadora da doença do alcoolismo”, explica Cadu Fraga, psicanalista e doutor em psicologia.
“É claro que a frequência e a quantidade de bebida ingerida são fatores consideráveis também, mas a mudança de comportamento talvez seja o principal. E como o alcoolismo é uma doença progressiva a quantidade e frequência vão aumentando com o uso, agravando o quadro”, complementa Fraga.
E o consumo de álcool, por ser há séculos no mundo inteiro algo comum, tardia o diagnóstico da doença do alcoolismo em muitos portadores. Ao mesmo tempo em que o bebedor compulsivo enxerga os problemas decorrentes do uso e vê a necessidade de parar, também apresenta motivações para continuar bebendo.
Uma pesquisa feita pela empresa Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec) mostra que 75% dos consumidores abusivos de álcool no Brasil acreditam que bebem de forma moderada.
Em julho deste ano, o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA) lançou a quinta edição da publicação Álcool e a Saúde dos Brasileiros – Panorama 2023. De forma inédita, a nova edição apresenta o dossiê “Pesquisa domiciliar sobre o padrão de consumo de álcool e suas características sociodemográficas no Brasil”, pesquisa realizada pelo Ipec a pedido do CISA, que apresenta o perfil do consumidor de álcool no Brasil e sua percepção sobre beber com moderação.
A pesquisa mostrou que 55% dos brasileiros entrevistados são abstêmios e, entre aqueles que bebem, 27% bebem de forma moderada e 17% consomem de forma abusiva.
A pesquisa mostrou que 55% dos brasileiros entrevistados são abstêmios e, entre aqueles que bebem, 27% bebem de forma moderada e 17% consomem de forma abusiva.
Os dados também apontam que 75% dos consumidores abusivos acreditam que bebem de forma moderada, sendo que apenas 13% reconhecem que precisam mudar seus hábitos e 11% admitem que bebem muito, mas não consideram ser um problema. Além disso, 57% dos brasileiros desconhecem ou consideram a moderação acima dos parâmetros definidos para moderação. Um outro dado importante é que, observa-se uma diferença significativa entre a realidade do perfil de quem consome álcool e a percepção sobre o seu próprio consumo, especialmente entre consumidores moderados e quem exagera.
Mesmo tendo diversos prejuízos decorrentes do consumo, muitos não veem o uso como um problema - este quadro é conhecido como “negação”, que por si só não é um critério diagnóstico para dependência, porém é muito frequente. Sendo assim, a possibilidade de ajudar dependerá do grau de dependência, da consciência dos problemas que seu hábito está causando e da relação de confiança estabelecida com a pessoa que oferece ajuda.
Alcoólicos Anônimos disponibiliza um teste que indica se uma pessoa tem ou não problemas com a bebida alcoólica
1. Já tentou parar de beber por uma semana (ou mais), sem conseguir atingir seu objetivo?
2. Ressente-se com os conselhos dos outros que tentam fazê-lo parar de beber?
3. Já tentou controlar sua tendência de beber demais, trocando uma bebida alcoólica por outra?
4. Tomou algum trago pela manhã nos últimos doze meses?
5. Inveja as pessoas que podem beber sem criar problemas?
6. Seu problema de bebida vem se tornando cada vez mais sério nos últimos doze meses?
7. A bebida já criou problemas no seu lar?
8. Nas reuniões sociais onde as bebidas são limitadas, você tenta conseguir doses extras?
9. Apesar de prova em contrário, você continua afirmando que bebe quando quer e pára quando quer?
10. Faltou ao serviço, durante os últimos doze meses, por causa da bebida?
11. Já experimentou alguma vez ;apagamento; durante uma bebedeira?
12. Já pensou alguma vez que poderia aproveitar muito mais a vida, se não bebesse?
Resultado do teste:
Você respondeu sim quatro vezes ou mais?
Em caso positivo, é provável que você tenha um problema sério de bebida, ou poderá tê-lo no futuro.
Por que dizemos isto? Somente porque a experiência de milhares de alcoólicos recuperados nos ensinou algumas verdades básicas a respeito dos sintomas do alcoolismo - e de nós mesmos.
Você é a única pessoa que poderá dizer, com certeza, se deve ou não procurar o AA. Se a resposta for SIM, teremos satisfação em mostrar-lhe como conseguimos parar de beber. Se ainda não puder admitir que você tem um problema de bebida, não faz mal.
Apenas sugerimos que você encare sempre a questão com mentalidade aberta. Se algum dia precisar de ajuda, teremos satisfação em recebê-lo em nossa irmandade (teste se encontra no site aa.org.br)
Em caso positivo, é provável que você tenha um problema sério de bebida, ou poderá tê-lo no futuro.
Por que dizemos isto? Somente porque a experiência de milhares de alcoólicos recuperados nos ensinou algumas verdades básicas a respeito dos sintomas do alcoolismo - e de nós mesmos.
Você é a única pessoa que poderá dizer, com certeza, se deve ou não procurar o AA. Se a resposta for SIM, teremos satisfação em mostrar-lhe como conseguimos parar de beber. Se ainda não puder admitir que você tem um problema de bebida, não faz mal.
Apenas sugerimos que você encare sempre a questão com mentalidade aberta. Se algum dia precisar de ajuda, teremos satisfação em recebê-lo em nossa irmandade (teste se encontra no site aa.org.br)
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