Imagens do projeto de revitalização do Mercadinho São JoséDivulgação
Publicado 22/09/2023 16:58 | Atualizado 22/09/2023 17:35
Publicidade
Rio - O prefeito Eduardo Paes apresentou, nesta sexta-feira (22), o projeto de revitalização do Mercado São José das Artes, conhecido como Mercadinho São José, em Laranjeiras, Zona Sul. O consórcio das empresas Junta Local e Engeprat, estruturado pela Konek Transformação Imobiliária, foi o vencedor da concessão e será responsável pela gestão do espaço pelos próximos 25 anos.
O investimento privado previsto é de R$ 8,5 milhões para obras de readequação e requalificação do mercado. Já o valor de outorga cobrado do consórcio será de R$ 5 mil por mês e mais 10% do faturamento com patrocínio, publicidade e eventos.
Com as obras, o pátio interno deve ficar coberto e climatizado. O estabelecimento também terá uma área de convívio aberta no terraço e três pavimentos no prédio anexo ao mercado, podendo receber eventos culturais, restaurantes e feiras.
Com a assinatura do contrato, as empresas farão o licenciamento do projeto para dar início à reforma, que deve durar cerca de um ano. Com isso, a Prefeitura do Rio prevê que a reabertura do Mercadinho São José deve acontecer no segundo semestre de 2024, ano em que o espaço completa 80 anos.
"Esse é um mercado muito tradicional de Laranjeiras e da Zona Sul carioca, uma área turística. O projeto ficou excepcional, lindo, tocado pelo setor privado. Teremos aqui, certamente, um novo ponto de encontro de cultura e gastronomia no Rio de Janeiro", afirmou Eduardo Paes.
Ainda neste ano, a Prefeitura do Rio comprou o prédio e o terreno ao lado por R$ 3 milhões em negociação com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), antigo proprietário. A Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPar) fez um chamamento público que durou 60 dias com três grupos participantes.
De acordo com a prefeitura, a comissão escolheu o vencedor com base no projeto com a melhor adequação e manutenção do local ao uso gastronômico e cultural, maior valor de investimento e melhor outorga oferecida.
"Queríamos manter o mercadinho como um centro cultural e gastronômico, devolvendo-o totalmente revitalizado. No terreno ao lado, teremos esse anexo para agregar mais espaço ao mercadinho. Então, ele vai renascer com suas características originais, mantendo os boxes, mas também ganhando restaurantes, áreas de exposição e eventos. Acreditamos que a entrada pelo anexo ao lado ficará mais amigável, e teremos atividades durante manhã, tarde e noite, trazendo movimento para o bairro e qualidade de vida para o morador de Laranjeiras e para os turistas", disse o presidente da CCPar, Gustavo Guerrante.
Thiago Nasser, diretor da Junta Local, afirmou que a proposta é modernizar o espaço, mas também manter a memória afetiva dos moradores da região.
"Temos uma responsabilidade enorme porque o bairro de Laranjeiras tem uma memória afetiva desse espaço e que queremos preservar. Vamos modernizar e atualizar o mercado, trazendo um pouco da proposta da Junta Local de valorizar a relação direta com o produtor, com comida boa, local e justa. Nossa proposta é a de que cada box tenha um produtor gastronômico, seja uma queijaria, uma peixaria ou uma loja de vinhos. Mas que também tenhamos espaços para produtores venderem legumes, produtos orgânicos. Queremos um espaço de uso híbrido, então de manhã pode ser uma coisa e durante a noite outra", explicou.
Mercadinho São José
A história do Mercadinho São José teve início quando o então presidente Getúlio Vargas decidiu adaptar suas baias para criar um mercado e fornecer alimentos mais acessíveis à população durante a Segunda Guerra Mundial. O local, que funcionou como uma senzala e um celeiro de uma fazenda localizada no Parque Guinle na época do Império, foi inaugurado como mercado em 31 de maio de 1944.

Depois de décadas de abandono desde os anos 60, o local passou por uma revitalização em 1988 e foi declarado patrimônio em 1994. Desde então, se transformou num polo cultural e gastronômico da Zona Sul. Com o tempo, a infraestrutura do mercado começou a se deteriorar e acabou fechado em 2018, quando o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), então proprietário do imóvel, conseguiu retomá-lo judicialmente.

"O Mercadinho São José é um patrimônio da cidade do Rio, não só pelo seu tombamento, mas culturalmente as pessoas do bairro e da região têm memórias de frequentar esse espaço. O objetivo da Prefeitura é retomar essa sensação de pertencimento dos moradores. Teremos um mercadinho revitalizado, bem cuidado e com vida e movimento", afirmou o subprefeito da Zona Sul, Flávio Valle.
Publicidade
Leia mais