Na foto, a família de Willian e Samuel segurando um cartaz pedindo por justiçaDivulgação
Publicado 25/09/2023 19:26
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Rio - Familiares de Samuel Bonfim Vicente e Willian Vasconcelos da Silva, mortos em uma ação policial há dois anos em Anchieta, protestaram, nesta segunda-feira (25), pedindo por justiça em frente a 31ª (Ricardo Albuquerque), na Zona Norte do Rio. Sonia Bonfim, mãe de Samuel e mulher de Willian, revelou ao DIA que as investigações do caso tem muitas perguntas sem respostas. 
Sonia afirmou que o ato pacífico contou com a ajuda de familiares de outras vítimas da violência em ações policiais e revelou que todos teriam ficado apreensivos ao perceberem que policiais estariam tirando fotos da manifestação. "Foi meio tenso, os policiais ficaram toda hora tirando foto de nós, mas foi um ato pacífico para procurar justiça. Nós apresentamos caixões de papelão. A única resposta que tive é que eu precisava aguardar porque eles vão ouvir pessoas e vão encaminhar o caso para Delegacia de Homicídios da Capital", explicou. 
Ainda de acordo com Sonia, em conversa com os agentes da distrital, ela pediu para que a perícia no local fosse refeita e o IML fosse responsabilizado pela falta de fotos dos corpos. "Eu pedi para eles fazerem pelo menos a perícia e que os exames deles fossem completados. O IML não fez o laudo que eu pedi, no exame do meu filho não tem foto, no do meu marido só tem uma. Ele [Willian] tomou um tiro no tórax e tinha que ter, mas não colocaram. Isso é prevaricação para não ter a investigação completa, para o caso ser arquivado", contou.
"Está sendo muito difícil para mim estar nisso há dois anos e não obter nenhuma resposta. Descobri que tem policial cooperando para que a verdade não venha a tona, eles continuam criminalizando eles [Samuel e Willian], mas eu estou fazendo de tudo para a verdade aparecer", completou. 
Segundo amigos e parentes das vítimas, em setembro de 2021, Samuel, de 17 anos, pediu ajuda do padrasto William para socorrer a namorada que tinha passado mal em um baile funk no Complexo do Chapadão. Durante o socorro, eles foram baleados por PMs do 41º BPM (Irajá).
Procurada pelo DIA, a Polícia Militar informou apenas que o Inquérito Policial Militar (IPM) relativo a este caso está em andamento.  
Já a 31ª DP (Ricardo de Albuquerque) informou que serão realizados uma reprodução simulada do caso e novos exames periciais. Ao todo, 19 pessoas foram ouvidas e outros depoimentos estão previstos. "Vale reforçar que cada investigação conta com suas peculiaridades e só é concluída mediante provas consistentes obtidas pela Polícia", concluiu a nota.

 
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