Publicado 29/09/2023 14:46
Rio – A Baixada Fluminense vai ganhar uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) que deve levar saneamento básico há 270 mil moradores e evitar que mais de 51 milhões de litros de esgoto sejam lançados diariamente na Bacia do Guandu. A Águas do Rio recebeu, nesta sexta-feira (29), a licença ambiental para realizar a obra em uma cerimônia no terreno em que a unidade será construída.
A ETE ficará instalada em Queimados, no bairro Jardim Queimados, próximo à Engenheiro Pedreira, distrito de Japeri e, além das duas cidades, ainda vai atender parte de Nova Iguaçu. Segundo a concessionária, serão instaladas cerca de 700 km de redes e 60 estações elevatórias para bombear e encaminhar o esgoto até a estação de tratamento. A previsão é de que 600 litros de esgoto sejam tratados por segundo.
"Ao todo, serão investidos cerca de 750 milhões de reais nessa obra. Esse sistema, ele vai contribuir para a despoluição do rio Guandu, que impacta a vida de 9 milhões de pessoas que consomem a água proveniente da estação de tratamento do Guandu", disse Felipe Esteves, diretor executivo na Águas do Rio na Baixada Fluminense.
Indiretamente, a construção do ETE deve refletir no fornecimento de água potável para Região Metropolitana do Rio. De acordo com a empresa, diariamente, deixarão de ser lançados o equivalente a 20 piscinas olímpicas na Bacia do Rio Guandu, que abastece 80% dessa área.
Entenda como o sistema deve funcionar na prática:
O ativista ambiental e integrante do Comitê das Bacias Hidrográficas do Guandu, Esdras da Silva, comemora a iniciativa "Quando o esgoto é tratado, a vida é preservada. Porque, além de protegermos o meio ambiente, combatemos ameaças à nossa saúde", disse ele, que também é morador de Japeri.
As obras estão previstas para começar no início de 2024 e devem ser entregues em etapas. A Águas do Rio disse que a primeira fase ficará pronta em 2025, mas a finalização só deverá ocorrer em 2026.
Rio Guandu enfrentou problemas recentes de poluição
No dia 28 de agosto o fornecimento de água precisou ser interrompido pela Cedae por cerca de 13 horas na Capital e na Baixada Fluminense, após uma espuma branca aparecer na Estação de Tratamento de Água (ETA) do Guandu. Na ocasião, 11 milhões de pessoas foram afetadas.
Na época, as investigações da Polícia Civil apontaram que a empresa Burn Comércio e Indústria Ltda, acusada de despejar surfactante, material utilizado na fabricação de detergentes, no Rio Guandu.
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