Manifestação de entregadores ifood, na Candeia, nesta Sexta-feira (29). Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Publicado 29/09/2023 15:40
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Rio - Um grupo de entregadores por aplicativo realizou na manhã desta sexta-feira (29) um protesto no Centro do Rio, em frente à Candelária. Neste sábado (30), encerra o prazo do grupo de trabalho criado pelo Governo Federal para estudar propostas de regulamentação que atendam a categoria por melhores condições de trabalho.
Em todo o Brasil, entregadores se mobilizam para entrar em greve durante o fim de semana. De acordo com motoboy Ralf Alexandre, que faz parte da Aliança Nacional dos Entregadores por Aplicativo (Anae), a principal reivindicação é que os trabalhadores passem a ter sua remuneração baseada no tempo em que estão conectados no aplicativo.
"Nossa luta principal é a hora 'logada' nos aplicativos. Os aplicativos fizeram uma proposta de hora trabalhada. Isso seria: quando ligamos o aplicativo, não recebemos nada enquanto aguardamos a entrega. Quando a gente recebe a entrega, aí vale a hora trabalhada. A proposta oficial é de R$ 12 a cada hora trabalhada. Se a gente fizer R$ 11, o aplicativo completa para R$ 12. Mas se a gente fizer R$ 13, não completa em nada. Sendo que a hora trabalhada não é suficiente, porque quando ligamos o aplicativo, nós já estamos trabalhando", disse Ralf.
"Nós pedimos a hora 'logada'. Ligou o aplicativo, já está valendo. É o justo! Enquanto estamos esperando a entrega, nós já estamos trabalhando. Nosso medo é, se quando a hora trabalhada passar [chegar a R$ 12], os aplicativos vão começar a mandar quatro ou cinco entregas para um mesmo entregador, como já fazem hoje em dia, enquanto os outros ficam sem entregas. Com a hora 'logada', o aplicativo será obrigado a reordenar o seu algoritmo para mandar entrega a todos", concluiu.
Entre outras reivindicações da Anae, também estão mais transparência na relação entre os aplicativos e os trabalhadores e reajustes semestrais ou anuais que cubram os custos operacionais, como alimentação, EPI e gasolina.
A aliança também critica a falta de punição a usuários que desrespeitem os entregadores e a falta de um ponto de apoio onde possam usar banheiros, carregar o celular e descansar.
DIA procurou o Ifood, principal plataforma de entregas por aplicativo. Em nota, a empresa ressaltou que respeita o direito à manifestação pacífica e à livre expressão dos entregadores.
"Desde 2019 trabalhamos na construção de espaços recorrentes e permanentes de escuta e melhoria constante. Como empresa brasileira e ciente do seu papel na geração de oportunidades, temos nos dedicado na criação de uma agenda sólida e perene de diálogo com os trabalhadores e representantes da categoria para o aprimoramento de iniciativas que garantam mais dignidade, ganhos e mais transparência para estes profissionais", informou a plataforma.
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