Pronunciamento durou cerca de 10 minutos e não foi aberto a perguntasReginaldo Pimenta/Agência O Dia
Publicado 05/10/2023 15:48
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Rio - Representantes das polícias Civil, Militar e Federal e a promotoria do Ministério Público do Rio de Janeiro se reuniram na manhã desta quinta-feira (5) em um pronunciamento, realizado na Delegacia de Homicídios da Capital, para dar novas declarações sobre o ataque a tiros sofrido pelos médicos na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.

Estavam presentes o novo secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegado José Renato Torres; o secretário de estado de Polícia Militar, coronel Luiz Henrique Pires; o diretor do Departamento-Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP), delegado Henrique Damasceno; o delegado titular da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), delegado Alexandre Herdy; o delegado João Paulo Garrido, da Superintendência da Polícia Federal no Rio; a promotora coordenadora do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Investigação Penal do Ministério Público do Rio de Janeiro, Adriana Lucas; e o Presidente da Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Turisrio), Sérgio Almeida.

Apesar de ser divulgada inicialmente como uma entrevista coletiva, a Civil realizou apenas um pronunciamento, que durou cerca de 10 minutos, e não abriu espaço para perguntas. Ao final das declarações, os representantes das polícias deixaram o local durante a fala da promotora Adriana Lucas. Não houve novidades anunciadas.

O secretário José Renato expôs que conversou com o governador Cláudio Castro e com o Ministro da Justiça, Flávio Dino, ainda durante a madrugada e, juntos, optaram pela integração das forças para uma melhor resolução do crime.

"Entendemos que nós teríamos que ter uma cooperação, integração para dar uma solução mais rápida a esse bárbaro crime. O homicídio precisa madurar, a gente tem menos de 12h e o governador pediu todo o empenho da instituição. Eu tenho certeza que esse crime não vai ficar impune", falou.

Já o delegado Garrido afirmou que todos os recursos da Polícia Federal estão sendo empregados na investigação.

A Polícia Federal, desde as primeiras horas, está atuando em cooperação com a Polícia Civil e todos os recursos necessários de materiais que forem julgados necessários, à Polícia Federal está à disposição para colaborar nesse caso", explicou.

De acordo com a promotora Adriana Lucas, o MPRJ acompanha a investigação por meio da 4ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada.

Testemunha diz que execução foi rápida

Uma testemunha, que preferiu não se identificar, estava no local do crime no momento do acontecimento e contou que só conseguiu perceber que eram tiros após o terceiro disparou. Depois disso, correu para se abrigar.

"Eu estava do lado do ocorrido ali e a gente estava tomando uma cerveja, comendo. E aí ouvimos um barulho, parecia uma garrafa quebrada. Quando deu o segundo, o terceiro barulho a gente identificou e percebeu que era tiro. Aí a gente desceu correndo pela orla da praia", disse.

Segundo seu relato, não houve conversa e nem anúncio de assalto. Os homens chegaram, desceram do veículo, atiraram contra as vítimas, voltaram para o veículo e foram embora.

"Não teve conversa, não teve voz de assalto, nem nada, simplesmente chegaram e atiraram. E foi muito rápido, muito rápido, em questão de 30 segundos já tinha acontecido tudo. foi simplesmente uma execução. então a gente percebeu que não foi um assalto exatamente. E aí já tinha ido embora, acho que eram dois ou três elementos aí foi muito rápido, muito assustador, uma primeira experiência no Rio, horrível", disse.

O crime

Três médicos foram mortos a tiros e um quarto ficou ferido em um quiosque na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste, na madrugada desta quinta-feira. As vítimas atuam em São Paulo e estavam de passagem pela cidade devido a um congresso internacional de ortopedia. Imagens registradas por câmeras de segurança da região mostram que suspeitos desceram de um carro e atiraram diversas vezes contra os profissionais de saúde. No local, houve correria e desespero durante o ataque.

Ainda pelas imagens, é possível ver que os médicos ortopedistas estavam sentados no quiosque em frente ao Hotel Windsor, quando no início da madrugada, por volta das 1h, um carro branco parou, e ao menos 3 homens vestidos de preto e armados desembarcaram e atiraram contra eles. Um dos criminosos chegou a voltar para atirar mais em uma das vítimas que tentava se refugiar atrás do quiosque.

De acordo com a Polícia Militar, ao serem acionados, agentes do 31° BPM (Recreio dos Bandeirantes) encontraram as quatro vítimas baleadas sendo socorridas por militares do Corpo de Bombeiros. Os três médicos identificados como Marcos de Andrade Corsato, 62 anos, Perseu Ribeiro Almeida, 33, e Diego Ralf de Souza Bomfim, 35, morreram ainda no local do fato. O outro, Daniel Sonnewend Proença, 32, foi socorrido ainda com vida e encaminhado até o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra. O estado de saúde dele é estável na manhã desta quinta.
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