PM reforçou policiamento na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, após morte de três médicos durante a madrugadaReginaldo Pimenta/Agência O DIA
Publicado 05/10/2023 16:13 | Atualizado 05/10/2023 16:18
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Rio - A Polícia Militar reforçou o patrulhamento e o policiamento na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, na tarde desta quinta-feira (5), após a morte de três médicos a tiros em um quiosque na orla. Uma quarta vítima segue internada em estado grave no Hospital Municipal Lourenço Jorge. O estabelecimento funciona sem restrições após a conclusão de perícia no local.
De acordo com a PM, agentes do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes) está com o policiamento reforçado na região com ajuda de policiais do Regime Adicional de Serviços (RAS). As equipes atuam com viaturas, moto patrulhas e quadriciclos. Há reforço até em frente ao Windsor Hotel, onde os médicos estavam hospedados para um congresso internacional de ortopedia.
PMs do Batalhão de Polícia de Choque (BPCHq) também estão na Avenida Lúcio Costa. A corporação contou que a região também conta com apoio do programa Bairro Presente Américas. A PM orienta que a população acione os policiais caso algo aconteça, além de registrar os crimes em delegacias.
"A SEPM sempre ressalta a importância do acionamento de nossas equipes para casos imediatos através de nossa Central 190 e do App RJ 190, assim como a importância dos registros dos crimes nas delegacias, o que proporciona um direcionamento das análises das manchas criminais locais mais preciso e efetivo", disse em nota.
Quiosque em funcionamento
O quiosque Naná funciona normalmente, na tarde desta quinta-feira (5), após a execução dos três médicos durante a madrugada. Cariocas, turistas, médicos e psicólogos - presentes para o congresso - foram até o local para almoçar e apreciar a vista para a praia da Barra.
Clientes chegaram a sentar na mesa onde os ortopedistas Marcos de Andrade Corsato, de 62 anos, Perseu Ribeiro Almeida, 33, Diego Ralf de Souza Bomfim, 35, e Daniel Sonnewend Proença, 32, foram atacados a tiros. Os três primeiros morreram no local e o quarto está internado em estado grave no Lourenço Jorge, após receber mais de 10 tiros, segundo um amigo.
De acordo com a perícia da Polícia Civil, mais de 30 tiros foram feitos durante o ataque de criminosos ao grupo. Mesas e cadeiras do estabelecimento ficaram danificadas e com as marcas dos disparos.
Investigação
Autoridades suspeitam que o crime possa ter sido uma execução devido a uma das vítimas, Diego Bomfim, ser irmão da deputada federal Sâmia Bonfim (Psol) e cunhado do deputado federal Glauber Braga (Psol).
Outra hipótese de investigação é que Perseu Almeida tenha sido confundido com o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, filho de Dalmir Pereira Barbosa, apontado como um dos principais chefes de uma milícia que atua na Zona Oeste.
Imagens registradas por câmeras de segurança da região mostram que suspeitos desceram de um carro e atiraram diversas vezes contra os profissionais de saúde. No local, houve correria e desespero durante o ataque.

Ainda pelas imagens, é possível ver que os médicos ortopedistas estavam sentados no quiosque em frente ao Hotel Windsor, quando no início da madrugada, por volta das 1h, um carro branco parou, e ao menos 3 homens vestidos de preto e armados desembarcaram e atiraram contra eles. Um dos criminosos chegou a voltar para atirar mais em uma das vítimas que tentava se refugiar atrás do quiosque.
As investigações do caso estão a cargo da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e serão acompanhadas pela Polícia Federal, a mando do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. A Polícia Civil de São Paulo, estado de onde os médicos são naturais, equipes para auxiliarem as investigações sobre a execução. Por determinação da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, foi deslocada ao Rio uma equipe do DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa) e uma equipe do Dipol (Departamento de Inteligência da Polícia Civil).
Parentes e amigos dos médicos mortos estiveram, na tarde desta quinta-feira (5), no Instituto Médico Legal (IML), no Centro do Rio, para liberação de seus corpos.
Testemunha diz que execução foi rápida

Uma testemunha, que preferiu não se identificar, estava no local do crime no momento do acontecimento e contou que só conseguiu perceber que eram tiros após o terceiro disparou. Depois disso, correu para se abrigar.

"Eu estava do lado do ocorrido ali e a gente estava tomando uma cerveja, comendo. E aí ouvimos um barulho, parecia uma garrafa quebrada. Quando deu o segundo, o terceiro barulho a gente identificou e percebeu que era tiro. Aí a gente desceu correndo pela orla da praia", disse.

Segundo seu relato, não houve conversa e nem anúncio de assalto. Os homens chegaram, desceram do veículo, atiraram contra as vítimas, voltaram para o veículo e foram embora.

"Não teve conversa, não teve voz de assalto, nem nada, simplesmente chegaram e atiraram. E foi muito rápido, muito rápido, em questão de 30 segundos já tinha acontecido tudo. foi simplesmente uma execução. então a gente percebeu que não foi um assalto exatamente. E aí já tinha ido embora, acho que eram dois ou três elementos aí foi muito rápido, muito assustador, uma primeira experiência no Rio, horrível", disse.
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