Publicado 08/10/2023 09:08
Rio - Pelo menos dois dos quatro traficantes suspeitos de participar do ataque a tiros que deixou três médicos mortos na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, eram investigados por execuções em guerra contra milicianos na mesma região.
Philipp Motta Pereira, o Lesk, e Ryan Soares de Almeida são apontados como responsáveis por alguns dos 17 homicídios ocorridos somente neste ano na Rua Araticum, no Anil, que ficou conhecida como "Rua da Morte" ao se tornar palco da disputa territorial entre a milícia e a facção Comando Vermelho (CV) desde o ano passado.
Contra Lesk e Ryan, haviam mandados de prisão por homicídio. Os dois eram integrantes da "Equipe Sombra", da facção Comando Vermelho, responsável por ataques contra rivais para retomada dos territórios.
Nas redes sociais, Lesk se exibia com fotos e chegou a aparecer com uma camisa com os dizeres "Tropa do BMW", vulgo do também traficante Juan Breno Malta; e "EQP Sombra Araticum", em alusão ao nome do grupo que pertencia. Além disso, a blusa ainda tem o número 121, que remete ao artigo em que está previsto o crime de homicídio no Código Penal.
Já Ryan chegou a ser preso neste ano, mas conseguiu fugir da delegacia no momento em que iria prestar depoimento. Segundo informações, ele teria empurrado um policial militar após ter sua algema retirada. E então, conseguiu fugir do local.
Antes dessa prisão, Ryan já teria sido capturado também em 2020 por tráfico de drogas, posse irregular de arma de fogo e corrupção de menores. No ano seguinte, ele foi solto.
Os dois estavam entre os quatro corpos de traficantes suspeitos de participarem da morte dos médicos, que foram encontrados na noite da última quinta-feira dentro de dois carros nos arredores da Gardênia Azul, em Jacarepaguá, na mesma região.
Os corpos foram identificados como sendo de Philip Motta Pereira, o Lesk, Ryan Nunes de Almeida, o Ryan, Thiago Lopes Claro da Silva e Pablo Roberto da Silva dos Reis. Além dos quatro mortos, a Civil suspeita do envolvimento de outros dois traficantes na execução dos médicos. São eles: Juan Breno Malta Ramos Rodrigues, o BMW, e Bruno Pinto Matias, vulgo Preto Fosco, ambos foragidos.
Investigações apontam que os suspeitos podem ter sido mortos pelo ''tribunal" do tráfico do Complexo da Penha, na Zona Norte. Isso porque a facção Comando Vermelho (CV), da qual faziam parte, estaria contrariada com a repercussão do caso, já que inocentes morreram.
A principal linha de investigação é que o Perseu Ribeiro Almeida tenha sido confundido com o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, de 26 anos, que mora próximo ao local onde ocorreu o crime.
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