Fernanda Carvalho, de 22 anos, morreu envenenada. A madrasta é acusada de cometer o crimeDivulgação
Publicado 08/10/2023 13:51 | Atualizado 09/10/2023 13:56
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Rio - A família da jovem Fernanda da Silva Carvalho, de 22 anos, morta após ser envenenada pela madrasta Cíntia Mariano Cabral, processa o estado e o município do Rio. Fernanda ficou 12 dias internada no Hospital Municipal Albert Schweitzer e, na ocasião, segundo parentes, não recebeu o diagnóstico adequado e, consequentemente, não respondeu ao tratamento na unidade. Agora pai, mãe e irmão pedem indenização por dano moral e erro médico.
A ação ainda está em andamento. "O objetivo deste processo é responsabilizar o ente público pelo dano irreparável causado à família. O hospital deveria ter suspeitado do envenenamento da Fernanda. Uma conduta mais diligente poderia evitar a morte de uma menina tão jovem, como também evitaria o segundo envenenamento do Bruno. As provas evidenciam que houve omissão", disse o advogado Raphael Forte.
Procurados, a Procuradoria do Município do Rio informou que ainda não foi notificada da ação. "A Secretaria Municipal de Saúde forneceu todas as informações sobre o atendimento da paciente para a autoridade policial, durante o inquérito que investigou o caso, e segue à disposição da Justiça" disse a pasta, em nota. O Governo do Estado ainda não respondeu.
Relembre o crime
Fernanda deu entrada na no hospital no dia 15 de março de 2022, após passar mal na casa do pai depois de almoçar com a madrasta e o irmão. Na ocasião, ela caiu no chão do banheiro com dificuldades para respirar, enrolou a língua e a boca ficou coberta por espuma.
Dois meses depois, o irmão da vítima, Bruno Carvalho, à época com 16 anos, também apresentou os mesmos sintomas após almoçar na cada do pai e da madrasta. Ele chegou a ser internado, mas conseguiu sobreviver.
A Polícia Civil instaurou um inquérito que terminou no indiciamento de Cíntia Mariano pelo homicídio de Fernanda e pela tentativa de homicídio de Bruno. Segundo a 33ª DP (Realengo), ela teria colocado chumbinho na comida dos irmãos no dia 15 de março e 15 de maio, respectivamente.
Ao todo 27 testemunhas, de defesa e de acusação, foram indicadas pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) e pelos advogados de defesa para prestar depoimento sobre o caso. Cíntia Mariano Cabral está presa desde maio de 2022 depois de ser acusada de envenenar seus enteados.
*Reportagem da estagiária Bruna Bittar, sob supervisão de Thiago Antunes
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