Além de familiares, representantes dos movimentos sociais Tortura Nunca Mais, Mães de Acari e Rio de Paz participaram do debateDivulgação
Publicado 09/10/2023 17:35 | Atualizado 09/10/2023 18:02
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Rio - A Câmara Municipal do Rio debateu pela primeira vez, nesta segunda-feira (9), casos de desaparecimento forçado no estado do Rio. Familiares de pessoas que tiveram seus entes queridos desaparecidos dentro do Rio e representantes de organizações como a 'Rio de Paz' e do Ministério Público do Rio foram recebidos para discutir estratégias para amparar e diminuir o número de casos de pessoas desaparecidas.
No Rio, mais de 2.900 pessoas desapareceram no estado, o que equivale a um aumento de 11%, se comparado ao mesmo período de 2022, segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP). A média é de 483 desaparecimentos por mês. Ao analisar períodos completos, se constata que em 2022 desapareceram 5.255 pessoas
em todo estado,  um aumento de 30% em relação a 2021.
"Além de não saber onde estão os nossos familiares, não temos o amparo da Justiça nem do poder público municipal. O prefeito que é responsável pelo CAPS que está sucateado. Quem está cuidando da nossa saúde mental?", questionou Michelle Lacerda, representante do movimento 'Cadê o Amarildo?'.
O debate, mediado pela vereadora Mônica Cunha (PSOL), faz parte de uma série de escutas públicas com temáticas que envolvem estratégias de combate ao racismo estrutural no sistema municipal.
"Esse não é um problema só do estado, essas pessoas dependem também do serviço social do município. Sem amparo psicológico e sem o poder municipal dando espaço para amparar essas famílias, elas continuam sem voz. O poder público municipal precisa se responsabilizar também", afirmou a vereadora.
O procurador André Luiz Cavalcanti, representante do programa de localização e identificação de desaparecidos do ministério público do estado do Rio (PLID/MPRJ), disse que casos de desaparecimento não devem ser visto como só mais um ou outro caso, mas que deve ser construído um sistema de dados dentro da cidade.
Além de familiares, representantes dos movimentos sociais 'Tortura Nunca Mais', 'Mães de Acari' e 'Rio de Paz' participaram do debate.
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