Publicado 14/10/2023 20:17
Rio - Familiares do segurança Leandro Oliveira Lopes da Silva, de 32 anos, que morreu nesta quarta-feira (11) depois de ficar 11 dias internado no Hospital Estadual Azevedo Lima, em Niterói, Região Metropolitana do Rio, após ser esfaqueado na frente da boate em que trabalhava, pedem que o terceiro suspeito de envolvimento no crime seja preso. Até o momento, o homem, que seria advogado criminalista, segue em liberdade. Outros dois adolescentes já foram apreendidos.
Ao DIA, Thiago de Oliveira Lopes da Silva, irmão da vítima, disse que Leandro estava trabalhando em uma boate na Rua Barão de Amazonas, no Centro de Niterói, na madrugada do dia 30 de setembro, quando ele discutiu com dois adolescentes que queriam entrar no estabelecimento. O segurança os impediu porque a dupla não tinha a idade permitida para ficar no local.
Posteriormente, os adolescentes voltaram ao local com uma faca e na presença do pai de um deles. O crime foi gravado por uma câmera de segurança da rua. A gravação flagrou um homem chegando em um carro e partindo para cima de Leandro. Depois, os dois jovens fazem o mesmo, sendo que um deles estava com uma faca. De acordo com o boletim de ocorrência, a vítima foi atingida sete vezes.
Leandro teve a morte encefálica confirmada nesta quarta-feira (11) depois de ficar 11 dias internado. Os médicos do Hospital Estadual Azevedo Lima já haviam aberto o protocolo de morte cerebral uma semana antes. A família do segurança autorizou a doação de órgão.
O caso foi registrado na 76ª DP (Niterói). Segundo a Polícia Civil, os dois adolescentes foram apreendidos e o caso foi encaminhado à Justiça. Após análise das imagens das câmeras de segurança e depoimento de testemunhas, o terceiro envolvido foi indiciado pelo crime de lesão corporal. Contudo, Thiago informou que ele continua solto. O irmão de Leandro acredita que o crime foi premeditado.
"Ele foi preso, mas solto logo depois porque como ele é advogado criminalista, ele tentou se safar por todos os lados. Ele se enquadra sim no crime de homicídio porque toda ação ocorre depois que ele chega. Em nenhum momento mostra ele tentando tirar o filho dali. Ele foi conivente com aquela situação. Se ele não tivesse chegado, não ia ter crime. Só aconteceu depois que ele chegou. Eles conversaram isso antes. O que eu mais quero é que ele seja preso para pelo menos nos dar um alento. Sei que não vai trazer meu irmão de volta, mas um alento para toda família. Preciso que a Justiça seja feita", disse.
Leandro foi enterrado na tarde deste sábado (14) no Cemitério Municipal de São Gonçalo, também na Região Metropolitana do Rio. Ele deixou uma filha de um mês de idade.
"A família toda está destruída. Desde quando ele sofreu esse atentado, estávamos nós, a família, nos dividindo. Eu indo para o hospital, indo fazer as investigações e estava quase todo dia na delegacia. Hoje, foi um dia muito triste. Eu entrei em pânico e comecei a me tremer. Foi horrível a situação. Uma coisa é uma morte natural da vida. Outra coisa é quando arrancam um familiar nosso, quando ceifam a vida de alguém que a gente gosta, que a gente ama. Foi uma situação muito horrível porque a gente, na família inteira, nunca passou por isso. Foi doloroso e muito ruim. Meu irmão deixa uma filha de 34 dias de vida que não terá o direito de conhecer o pai a não ser por foto", completou.
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