Publicado 16/10/2023 19:12
Rio - O ator Bruno de Luca foi incluído no inquérito que investiga o atropelamento envolvendo seu amigo Kayky Brito na Barra da Tijuca, na Zona Oeste. A determinação do 9º Juizado Especial Criminal atende uma retificação solicitada pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) e, com isso, Bruno passa a ser investigado pelo crime de omissão de socorro.
Com o acolhimento do pedido, deve ser designada uma audiência especial para o oferecimento de transação penal, na qual o MPRJ e Bruno podem entrar em um acordo para uma pena alternativa, evitando uma futura denúncia por parte do órgão contra o ator.
A Polícia Civil não havia indiciado Bruno no inquérito por entender que os responsáveis pelo socorro já haviam tomado as devidas providências. No entanto, a Promotoria de Justiça entende que o ator poderia ter agido na situação, mas preferiu deixar o local do acidente sem prestar assistência ao ferido.
"Conclusão lógica e óbvia é que o referido senhor Bruno não se importou sequer em ter qualquer conhecimento quanto às providências que teriam sido adotadas para prestação de socorro daquela vítima, não podendo se eximir de responsabilidade pelo crime previsto no artigo 135 do Código Penal (omissão de socorro)", conclui a solicitação do MPRJ.
Procurada pelo DIA, a assessoria do Bruno de Luca afirmou que ele não cometeu crime de omissão de socorro e ressaltou que o ator não tinha obrigação específica de prestar a assistência.
"Não há crime de omissão de socorro se qualquer pessoa que esteja próxima ao acidente preste assistência à vítima. Bruno não foi o causador do acidente, que tem obrigação específica de prestar socorro, como de fato o fez, bem como não exerce qualquer função que lhe traga a obrigação legal de prestar socorro independe de terceiros já o terem feito", afirmou.
"Se assim fosse, todos os presentes que não tenham sido a pessoa a telefonar para os bombeiros, teriam praticado omissão de socorro", concluiu.
"Se assim fosse, todos os presentes que não tenham sido a pessoa a telefonar para os bombeiros, teriam praticado omissão de socorro", concluiu.
Relembre o caso
A Polícia Civil concluiu, no dia 27 de setembro, o inquérito do atropelamento de Kayky, que ocorreu no dia 2 de setembro na Avenida Lúcio Costa. De acordo com as investigações, o motorista Diones Coelho Silva estava dirigindo a 48km/h, abaixo da velocidade permitida na via, que é de 70km/h.
Ainda segundo o delegado Ângelo Lages, da 16ªDP (Barra da Tijuca), o motorista não responderá por crime algum porque ficou comprovado que ele estava dentro do limite de velocidade e não havia ingerido bebida alcóolica. Além disso, Diones conduzia o automóvel com atenção e, após o acidente, parou o carro e prestou socorro. A polícia solicitou o arquivamento do caso e encaminhou o inquérito ao Ministério Público.
O ator sofreu politrauma corporal e traumatismo craniano e ficou internado no Hospital Copa d'Or, na Zona Sul do Rio. Atualmente, Kayky se recupera em casa.
O laudo de perícia produzido pelo Instituto Criminalística Carlos Éboli (ICCE) atestou que o motorista estava a menos de 10 metros e a 0,73 segundo de distância de Kayky quando ele iniciou a travessia na pista, correndo e saindo de trás de outro carro.
De acordo com os peritos, para ter um tempo hábil de reação e tentar evitar uma possível colisão, a distância inicial entre condutor e pedestre deveria ser de mais de 26 metros. Ou seja, mais do que o dobro.
De acordo com os peritos, para ter um tempo hábil de reação e tentar evitar uma possível colisão, a distância inicial entre condutor e pedestre deveria ser de mais de 26 metros. Ou seja, mais do que o dobro.
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