Guardas municipais se envolveram em briga com moradores de Campo GrandeReprodução / Redes sociais
Publicado 20/10/2023 14:40 | Atualizado 20/10/2023 14:44
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Rio - Agentes da Guarda Municipal e o assessor especial do prefeito Eduardo Paes, Edson Menezes, se envolveram em uma confusão com moradores, nesta quinta-feira (19), durante um estudo sobre as obras do anel viário de Campo Grande, na Zona Oeste. O caso aconteceu na Rua Josué de Barros, onde a Prefeitura do Rio pretende fazer um túnel que passará sob o Morro João Vicente.
Ao DIA, o líder da Associação de Moradores Afetados pelo Anel Viário (Amapav), Édson Lima, disse que, com a construção deste túnel, três mil pessoas podem perder suas casas. Lima esteve na confusão desta quinta-feira e detalhou o episódio.
"Chegaram com carros, tratores, ônibus de operários e equipe de medição topográfica. Quando a gente acordou, começamos a nos manifestar com faixas e cartazes contra a construção deste túnel no Morro João Vicente. A gente não queria que houvesse medição topográfica sem audiência pública. Nesta região, são 200 lotes com mais de 500 imóveis, onde 3 mil pessoas podem ser impactadas. Então, durante a manifestação, os guardas municipais apontaram as armas de choque, pedindo para abaixarmos nossas faixas", relatou.
Sobre o assessor especial do Eduardo Paes, Edson Menezes, conhecido como Edinho, o líder da associação de moradores disse que o servidor quis brigar com eles. "[Edinho] estava irritado, porque não queríamos que houvesse a medição topográfica. Por isso, ele veio pra cima de mim e do meu irmão", contou Lima.
As obras do anel viário são compostas por três trechos. O primeiro compreende a construção de um mergulhão sob a Avenida Cesário de Melo, um túnel de 600 metros sob o Morro Luiz Bom, além da implementação das rotatórias na Rua Artur Rios e na Estrada da Caroba. O segundo é relacionado à construção do túnel sob o Morro João Vicente, onde aconteceu a briga. Já o terceiro compreende a expansão da Estrada do Tingui, que tem o objetivo de conectar a via à Avenida Brasil.
No local, além do subprefeito da Zona Oeste, Diego Borba, que não se envolveu na confusão, estava o vereador William Siri (PSOL), que tentou apartar a briga. Nas imagens, é possível ver que Siri se revolta com a ação da Guarda Municipal. "Dá em mim, dá em mim", grita o vereador, na frente das armas de choque.
Em nota, a Prefeitura do Rio informou que segue regularmente com as obras do anel viário e que "a medição topográfica contou com o apoio da Guarda Municipal e representou mais uma etapa desta obra". Além disso, o órgão afirmou que o estudo estava público por meio do Diário Oficial, além de "reuniões com moradores no bairro e na Câmara de Vereadores".
Sobre o primeiro trecho do anel viário, que conta com um mergulhão, o túnel e as rotatórias, Gabriel Moreira, de 26 anos, relatou os reflexos que as obras estão causando em Campo Grande. "O trânsito ficou um caos. Agora, a gente demora 15 minutos para ir em um mercado que fica a 5. As vans e as motos andam na contramão e passam pela pista do BRT. Ficou muito confuso!", relatou o personal trainer, que mora perto das obras.
Bianca Soares tem 40 anos e mora em Campo Grande desde que nasceu. Para ela, a construção deste anel viário trouxe caos. "Essa obra tirou o nosso sossego e desviou todo o trânsito. Está tudo mal sinalizado. Piorou para os moradores e para os comerciantes. É um caos pra ir trabalhar e para voltar para casa. Com este fluxo de trânsito, os assaltos aumentaram também. De zero a dez? Eu dou zero para estas obras", contou Bianca.
Procuradas, a subprefeitura da Zona Oeste e Guarda Municipal designaram o contato para a Prefeitura do Rio e não se manifestaram sobre o episódio. Já os vereadores Zico (Republicanos) e Rocal (PSD), afirmaram ao DIA que não estavam na confusão. "Quanto à briga, não posso relatar, porque já havia saído depois das tratativas com os moradores", disse Rocal.
*Reportagem do estagiário Leonardo Marchetti, sob supervisão de Thiago Antunes
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