Publicado 20/10/2023 20:23
Rio - A Justiça do Rio colheu, nesta sexta-feira (20), o depoimento do motoboy que entregou os bombons envenenados para a cuidadora de idosos Lindaci Viegas Batista de Carvalho, de 54 anos, além dos familiares e ex-companheiro da vítima, e dois policiais envolvidos na ocorrência. A continuação da audiência está marcada para o dia 11 de dezembro, às 16h, já que o irmão de Lindaci, Linaldo Viegas, não compareceu alegando não ter recebido a intimação.
Lindaci morreu em maio deste ano, depois de comer bombons envenenados enviados de forma anônima no dia do seu aniversário. A principal suspeita de cometer o crime é Susane Martins da Silva, presa desde o dia 24 de maio e ré pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, corrupção de menores e porte ilegal de arma de fogo.
A primeira testemunha ouvida foi a irmã da vítima, Lenice Viegas Batista. Ela disse que tinha conhecimento das ameaçadas que Lindaci vinha sofrendo por parte da acusada. Lenice relatou que a ré era ciumenta e que, na época do crime, a irmã não tinha mais nenhum relacionamento amoroso com Mário Sérgio Gravital, que passou a namorar Susane.
Em seguida, o filho mais velho de Lindaci, de 17 anos, revelou que o pai havia dito à mãe, por telefone, que tinha enviado as flores e os bombons: "Ele quis tirar proveito, se redimir por erros do passado. Eu sabia que não tinha sido meu pai, mas pensei que o Mário (ex-namorado) é que tinha enviado os presentes".
O rapaz também contou que, já no hospital, enquanto esperavam notícias de Lindaci, perceberam que havia "uma bolinha estranha" no chocolate. "No hospital nos entregaram as coisas da minha mãe e, dentro da bolsa, tinha um embrulho com os bombons. Meu irmão foi comer e percebeu a bolinha. Nesse momento, comunicamos ao segurança do hospital e passamos a desconfiar de envenenamento", disse.
O ex-marido de Lindaci, Alexandre de Carvalho, admitiu que mentiu ao dizer à ex-mulher que havia enviado as flores e os chocolates: "Foi uma brincadeira que hoje pesa a minha consciência. Tenho que tomar remédios para dormir. Não consigo entender esse crime. Lindaci sempre foi uma pessoa tranquila, carismática, trabalhadora. Nunca imaginei que alguém pretendia tirar a vida dela".
Já o motoboy Lucas David Bernardes Borges, quarta testemunha a depor, relatou que no dia 20 de maio chegou em seu ponto de trabalho pela manhã e encontrou um rapaz a sua espera. O jovem lhe deu R$ 100 reais para realizar a entrega de um buquê de flores e bombons em Vila Isabel.
Em seguida, o filho mais velho de Lindaci, de 17 anos, revelou que o pai havia dito à mãe, por telefone, que tinha enviado as flores e os bombons: "Ele quis tirar proveito, se redimir por erros do passado. Eu sabia que não tinha sido meu pai, mas pensei que o Mário (ex-namorado) é que tinha enviado os presentes".
O rapaz também contou que, já no hospital, enquanto esperavam notícias de Lindaci, perceberam que havia "uma bolinha estranha" no chocolate. "No hospital nos entregaram as coisas da minha mãe e, dentro da bolsa, tinha um embrulho com os bombons. Meu irmão foi comer e percebeu a bolinha. Nesse momento, comunicamos ao segurança do hospital e passamos a desconfiar de envenenamento", disse.
O ex-marido de Lindaci, Alexandre de Carvalho, admitiu que mentiu ao dizer à ex-mulher que havia enviado as flores e os chocolates: "Foi uma brincadeira que hoje pesa a minha consciência. Tenho que tomar remédios para dormir. Não consigo entender esse crime. Lindaci sempre foi uma pessoa tranquila, carismática, trabalhadora. Nunca imaginei que alguém pretendia tirar a vida dela".
Já o motoboy Lucas David Bernardes Borges, quarta testemunha a depor, relatou que no dia 20 de maio chegou em seu ponto de trabalho pela manhã e encontrou um rapaz a sua espera. O jovem lhe deu R$ 100 reais para realizar a entrega de um buquê de flores e bombons em Vila Isabel.
"O local era uma vidraçaria. Como Lindaci não estava, deixei com um senhor. Não cheguei a encontra-la pessoalmente. Na segunda-feira à noite, comecei a receber ameaças por telefone. Na terça-feira de manhã, eu vi a reportagem na televisão, liguei os fatos e fui à delegacia".
Ao sair da delegacia em companhia dos policiais em busca de câmeras de segurança próximas ao seu local de trabalho, Lucas se deparou com Susane Martins, que o aguardava. A mulher foi contida por mototaxistas, colegas de Lucas, que a reconheceram pelas imagens.
"Ela chegou procurando o Lucas e dizendo que queria comprar um celular novo pra ele. Achei estranho, ela tremia, estava muito nervosa. Pedi para ela aguardar e fui à padaria próxima, em busca de imagens das câmeras de segurança. Vi, nas gravações, ela dentro do carro, enquanto o rapaz entregava os objetos para o Lucas entregar. Seguramos ela até a chegada do Lucas e dos policiais", afirmou Daniel do Carmo, um dos mototaxistas que estavam no local.
Paulo Sérgio da Silva, primo da ré, contou que soube pela televisão que Susane era suspeita do crime. Ele disse que ela era uma pessoa que convivia bem em sociedade e que soube pela mãe de Susane que ela fazia uso de medicação para depressão e nervosismo.
O filho mais novo de Lindaci, de 16 anos, afirmou que a mãe já havia comentado com ele sobre ameaças que teria sofrido de outra mulher que ele não sabia quem era. No dia do crime, ele disse que a mãe chegou a lhe mandar uma mensagem com foto das flores e dos bombons perguntando se tinham sido enviadas por ele no meio da tarde, mas, como o celular dele havia descarregado, só viu mais tarde. O rapaz acrescentou ainda que chegou a experimentar um pedaço pequeno do chocolate quando chegou ao hospital para onde a mãe foi levada e estranhou pela textura, suspeitando que estivesse com chumbinho, e avisou lá sobre a desconfiança.
Em seguida, foi ouvido Mário Sérgio Gravital, ex-namorado da acusada e da vítima. Ele disse que conhecia a vítima há muitos anos, com quem teria namorado no passado e se tornou amigo dela desde o término do relacionamento amoroso. De acordo com Mário Sérgio, ele namorou a ré por cerca de um ano e meio, tendo encerrado em novembro de 2022 porque Susane teria ficado enfurecida ao ver uma mensagem de Lindaci no celular dele pedindo para pegar algumas coisas dela que ainda estariam na casa dele.
Ao sair da delegacia em companhia dos policiais em busca de câmeras de segurança próximas ao seu local de trabalho, Lucas se deparou com Susane Martins, que o aguardava. A mulher foi contida por mototaxistas, colegas de Lucas, que a reconheceram pelas imagens.
"Ela chegou procurando o Lucas e dizendo que queria comprar um celular novo pra ele. Achei estranho, ela tremia, estava muito nervosa. Pedi para ela aguardar e fui à padaria próxima, em busca de imagens das câmeras de segurança. Vi, nas gravações, ela dentro do carro, enquanto o rapaz entregava os objetos para o Lucas entregar. Seguramos ela até a chegada do Lucas e dos policiais", afirmou Daniel do Carmo, um dos mototaxistas que estavam no local.
Paulo Sérgio da Silva, primo da ré, contou que soube pela televisão que Susane era suspeita do crime. Ele disse que ela era uma pessoa que convivia bem em sociedade e que soube pela mãe de Susane que ela fazia uso de medicação para depressão e nervosismo.
O filho mais novo de Lindaci, de 16 anos, afirmou que a mãe já havia comentado com ele sobre ameaças que teria sofrido de outra mulher que ele não sabia quem era. No dia do crime, ele disse que a mãe chegou a lhe mandar uma mensagem com foto das flores e dos bombons perguntando se tinham sido enviadas por ele no meio da tarde, mas, como o celular dele havia descarregado, só viu mais tarde. O rapaz acrescentou ainda que chegou a experimentar um pedaço pequeno do chocolate quando chegou ao hospital para onde a mãe foi levada e estranhou pela textura, suspeitando que estivesse com chumbinho, e avisou lá sobre a desconfiança.
Em seguida, foi ouvido Mário Sérgio Gravital, ex-namorado da acusada e da vítima. Ele disse que conhecia a vítima há muitos anos, com quem teria namorado no passado e se tornou amigo dela desde o término do relacionamento amoroso. De acordo com Mário Sérgio, ele namorou a ré por cerca de um ano e meio, tendo encerrado em novembro de 2022 porque Susane teria ficado enfurecida ao ver uma mensagem de Lindaci no celular dele pedindo para pegar algumas coisas dela que ainda estariam na casa dele.
Mário Sérgio acrescentou que, neste dia, a acusada quebrou o aparelho e pegou o chip para acessar as redes sociais dele, tendo feito diversas postagens com o perfil dele e ligado para contatos de sua agenda. Ele relatou ainda que Susane teria se autolesionado e o acusado de violência doméstica, motivo pelo qual ele teria ficado preso por 27 dias no final de 2022 e, por mais 35 dias, entre abril e maio de 2023 quando, segundo ele, a ré teria clonado o seu celular e feito ameaças em seu nome dirigidas a ela e ao filho por uma rede social. Mário Sérgio contou que Lindaci havia lhe informado sobre as ameaças que sofria de Susane mas que tanto ele quanto a vítima acreditavam que “eram da boca para fora” e passariam.
Também prestaram depoimentos o policial civil Fernando Henrique Fonseca e os amigos da acusada, Roberta Kelly e Luiz Augusto da Silva. Os amigos disseram que Susane sofre de depressão desde a adolescência e que vivia um relacionamento conturbado com Mário Sérgio.
A audiência de instrução e julgamento continuará no próximo dia 11 de dezembro, às 16h30, com a oitiva de uma testemunha de defesa e o interrogatório da ré.
Também prestaram depoimentos o policial civil Fernando Henrique Fonseca e os amigos da acusada, Roberta Kelly e Luiz Augusto da Silva. Os amigos disseram que Susane sofre de depressão desde a adolescência e que vivia um relacionamento conturbado com Mário Sérgio.
A audiência de instrução e julgamento continuará no próximo dia 11 de dezembro, às 16h30, com a oitiva de uma testemunha de defesa e o interrogatório da ré.
"Foi um sucesso. Estamos vendo que a justiça está sendo feita. O povo clama por justiça, sei que tem muitas pessoas orando por nós", disse Lenice ao DIA ao final da audiência.
O que se sabe sobre o crime
Lindaci morreu após comer um bombom envenenado que foi deixado por uma pessoa anônima no apartamento do seu namorado, em Vila Isabel, no dia 20 de maio deste ano. Susane Martins da Silva é apontada como a responsável pelo crime.
- Lindaci fazia aniversário no sábado, quando um entregador a ligou para dizer que uma pessoa anônima estava enviando uma caixa de chocolates e um buquê de flores.
- Desconfiada, ela pediu que o presente fosse deixado na loja do namorado, em Vila Isabel, onde havia câmeras de segurança.
- A vítima ligou para algumas pessoas próximas para tentar descobrir quem havia enviado o presente. O ex-marido dela, então, teria dito que era o remetente como forma de brincadeira.
- Tranquilizada, Lindaci levou o doce para o salão de beleza e comeu lá. O chocolate estava envenenado com chumbinho e ela morreu a caminho do Hospital Federal do Andaraí.
Suspeita presa e motivação do crime
- Susane Martins da Silva teve um caso amoroso com Mário Sérgio, ex-marido de Lindaci. Os dois tiveram um namoro conturbado, com idas e vindas, que não se transformou em casamento, como queria a suspeita.
- De acordo com Lenice, irmã da vítima, Lindaci estava sofrendo ameaças por telefone e teve as redes sociais hackeadas recentemente.
- Susane desconfiava que Mário a traiu com a vítima durante a conturbada relação. Ela decidiu se vingar motivada por ciúmes.
- A suspeita foi presa na tarde desta quarta-feira, em Acari, onde ela contratou o entregador.
Como a polícia descobriu?
- O entregador contratado por Susane compareceu na 20ª DP (Vila Isabel) para prestar depoimentos.
- Ele afirmou que foi solicitado por um menino menor de idade, identificado como filho de Susane, e recebeu R$ 90 para fazer a entrega. O motoboy também relatou que recebeu ameaças para afirmar a Lindaci que o presente teria sido enviado por um homem alto e negro.
- Durante buscas de imagens de câmeras de segurança em Acari, os policiais da 20ª DP (Vila Isabel) foram informados de que a suspeita estaria procurando pelo mototaxista para trocar o celular dele e ocultar qualquer diálogo.
- As imagens também confirmaram que o carro no qual o menino estava ao entregar o presente ao motoboy pertence a Susane.
- Ela deve responder por homicídio duplamente qualificado, provocado por envenenamento e motivo fútil.
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