Criação do comitê é uma iniciativa inédita em todo o país e se dará por um acordo de cooperação técnicaErneto Carrico/Governo do Estado
Publicado 30/10/2023 23:04 | Atualizado 30/10/2023 23:12
Publicidade
Rio - Para reforçar o combate às milícias e narcomilícias e asfixiar a atuação desses grupos criminosos, os governos estadual e federal vão formalizar, nesta quarta-feira (1º), o Comitê Integrado de Investigação Financeira e Recuperação de Ativos (Ciifra). A criação do comitê é uma iniciativa inédita no país e se dará por um acordo de cooperação técnica, conforme definido em reunião realizada nesta segunda-feira (30) entre representantes do Executivo fluminense e do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) na sede da pasta, em Brasília.

O Ciifra será formado por membros do MJSP, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal (PRF), Senasp e secretarias de Estado de Polícia Civil (Sepol) e da Fazenda (Sefaz). O Ministério Público Federal (MPF), o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) serão convidados a fazer parte da força-tarefa.

"São várias missões importantes para o enfrentamento do tema. Mas acho que inauguramos uma dimensão inédita, que é a integração das Inteligências das forças de segurança e dos órgãos de controle federais com as Inteligências dos respectivos órgãos estaduais do Rio de Janeiro, o que poderá ser um exemplo para o Brasil todo. Isso permitirá o combate aos crimes financeiros com maior velocidade", disse o secretário de Estado da Casa Civil do Rio de Janeiro, Nicola Miccione, que representou o governador Cláudio Castro ao lado do secretário de Polícia Civil, delegado Marcus Amim.

O ministro Flávio Dino destacou que os trabalhos buscam "desidratar financeiramente o crime organizado".
"Inteligência, investigações de competência federal e apoio aos estados. Nós partimos de um plano geral que já apresentamos e, agora, estamos detalhando à luz da realidade concreta", afirmou o ministro, destacando o reforço de efetivo das forças federais em território fluminense.

Secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli enalteceu a proposta trazida pelo Governo do Estado de constituição do comitê, viabilizando a integração da Polícia Civil com os órgãos federais.

"A nossa meta é que, na próxima quarta-feira (1º), o ministro Flávio Dino e o governador Cláudio Castro assinem já a formalização desse comitê integrado e, na semana que vem, já estarmos trabalhando. Estamos colocando em prática a lógica do Susp, o Sistema Único de Segurança Pública, integrando entes federados com um objetivo concreto, que é a investigação de crimes financeiros e lavagem de dinheiro. A descapitalização dessas organizações criminosas é decisiva para a gente reduzir o potencial ofensivo delas e poder desmantelá-las", disse.

O secretário Marcus Amim ressaltou a importância da integração entre os órgãos para a asfixia financeira das quadrilhas. "Nosso objetivo é integrar cada vez mais as instituições de forma a monitorar e asfixiar as movimentações financeiras das organizações criminosas. Não só as do Rio de Janeiro, mas todas aquelas que dialogam ou têm algum tipo de atuação no território fluminense",  afirmou.
Laboratório de Tecnologia contra a Lavagem de Dinheiro

O trabalho desenvolvido pelo Laboratório de Tecnologia contra a Lavagem de Dinheiro (LAB-LD) da Polícia Civil é precursor no fomento da cultura de investigação financeira e patrimonial, representando uma mudança de paradigma no segmento. Apenas nos últimos três anos, a instituição representou junto à Justiça pelo bloqueio de mais de R$ 13 bilhões em bens e valores de organizações criminosas. Já, no que diz respeito ao combate à corrupção, os valores ultrapassam R$ 140 bilhões.

Pela Polícia Civil também estiveram presentes o subsecretário de Inteligência, delegado Flávio Porto; o diretor do Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro, delegado Gustavo Rodrigues; e a coordenadora do Gabinete de Recuperação de Ativos, delegada Renata Montenegro.
 

Publicidade
Leia mais