Publicado 06/11/2023 09:17
Rio - Os responsáveis das alunas vítimas de fotomontagens no Colégio Santo Agostinho da Barra são esperados para depor nesta segunda-feira (6) na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), no Centro do Rio. Amanhã será a vez da direção do colégio prestar esclarecimentos à polícia. A delegacia já identificou parte dos suspeitos de usar uma ferramenta de inteligência artificial para criar fotomontagens de colegas nuas.
O grupo, composto por estudantes entre o 7º e o 9º ano, teria usado um aplicativo da deep web para colocar o rosto de alunas em corpos nus, ajustando os seios, glúteos e partes íntimas de acordo com cada uma para parecer mais real. As imagens foram disparadas em grupos. Ainda não há confirmação se estudantes de outras escolas do Rio também foram vítimas.
Caso o crime seja confirmado, os alunos responderão como menores infratores por "simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica, por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual", previsto no Art. 241C do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A pena pode alcançar de um a três anos de reclusão e multa.
Caso o crime seja confirmado, os alunos responderão como menores infratores por "simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica, por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual", previsto no Art. 241C do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A pena pode alcançar de um a três anos de reclusão e multa.
O delegado titular da DPCA, Marcus Vinicius de Almeida Braga, afirmou que o inquérito está sob sigilo.
'Estamos juntos', diz mensagem do colégio
O colégio publicou um vídeo acompanhado de uma mensagem em sua conta no Instagram. Na publicação, a mensagem "Estamos juntos" é colada em diferentes espaços da escola. O texto agradece o apoio da comunidade escolar em relação ao caso e afirma que colabora com a apuração em andamento.
"Gostaríamos de agradecer o apoio e a solidariedade que têm chegado ao Colégio e à comunidade educativa. Reiteramos que continuamos atentos, colaborativos com a apuração em andamento e, em primeiro lugar, prestando assistência e acompanhamento aos alunos. O foco é o bem-estar de todos e, para isso, todas as providências necessárias estão sendo tomadas. Não pouparemos esforços! A mensagem que nossos jovens necessitam ter é de segurança na garantia de seus direitos pelas instituições competentes, confiança no apoio prestado e nas ações feitas no seu tempo devido. Estamos juntos!", finaliza o texto.
O posicionamento foi considerado insuficiente para tranquilizar ex-alunas e responsáveis de estudantes do colégio. "Caso não tenha a punição de expulsão vou tirar a minha filha da escola. Inaceitável a escola não ter expulsado ainda os alunos", afirmou uma mãe.
"Como ex-aluna essa mensagem me constrange, o colégio se vitimiza já no início do texto, não dando protagonismo às verdadeiras vítimas dessa história, que foram as mais de 20 meninas que tiveram seus corpos injustamente violados", apontou a ex-aluna. "Sou ex-aluno e essa mensagem só reforça minha decisão de não colocar meus filhos nesse ambiente. O colégio se posiciona como se esse fosse a vítima, e coloca o 'bem estar de todos' como prioridade. Todos quem? As vítimas e os agressores estão no mesmo patamar?", questionou outro ex-aluno.
Em nota, o Colégio Santo Agostinho afirmou que tomou conhecimento de que fotomontagem de algumas alunas foram divulgadas por meio de aplicativos de troca de mensagens e informou que está tomando todas as medidas necessárias à apuração cautelosa dos fatos e que está adotando, por meio de sua equipe administrativa e pedagógica, as medidas administrativas e educacionais aplicáveis ao caso, em conformidade com o seu Regimento Escolar.
O colégio afirmou que repudia qualquer forma de violência e reafirma o compromisso de colaborar, irrestritamente, com as investigações sempre que for acionado.
"Como escola, atuamos no âmbito preventivo, promovendo a conscientização de atitudes e valores, a formação em assuntos ligados aos relacionamentos, convivência e violência, e intensificamos os momentos de rotina escolar para o aprendizado de algumas situações e desafios. O Colégio Santo Agostinho tem o educando como centro do processo educacional baseando-se numa permanente formação integral (espiritual, intelectual, moral e da vontade), encaminhado a fazer emergir e dinamizar, por meio da força cognitiva do amor, todas as suas potencialidades latentes. Sabemos de nossa missão na educação e na formação integral dos nossos alunos, bem como da confiança de todos em nosso Colégio", completou o colégio em nota enviada.
O colégio afirmou que repudia qualquer forma de violência e reafirma o compromisso de colaborar, irrestritamente, com as investigações sempre que for acionado.
"Como escola, atuamos no âmbito preventivo, promovendo a conscientização de atitudes e valores, a formação em assuntos ligados aos relacionamentos, convivência e violência, e intensificamos os momentos de rotina escolar para o aprendizado de algumas situações e desafios. O Colégio Santo Agostinho tem o educando como centro do processo educacional baseando-se numa permanente formação integral (espiritual, intelectual, moral e da vontade), encaminhado a fazer emergir e dinamizar, por meio da força cognitiva do amor, todas as suas potencialidades latentes. Sabemos de nossa missão na educação e na formação integral dos nossos alunos, bem como da confiança de todos em nosso Colégio", completou o colégio em nota enviada.
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