Rio já recolheu o equivalente a mais de 158 milhões de garrafas PET de 500 ml Divulgação / Plastic Bank
Publicado 07/11/2023 12:18 | Atualizado 07/11/2023 12:23
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Rio – Uma iniciativa internacional ultrapassou a marca de mais de 3,1 milhões de quilos de plástico coletados no estado do Rio de Janeiro, em apenas quatro anos de operação. Desde 2019, apenas no estado fluminense, foram recolhidos o equivalente a mais de 158 milhões de garrafas PET de 500 ml, que inevitavelmente iriam parar no oceano, com destaque para a capital e para os municípios de Itaguaí e Maricá. Isso representa 3.171.824 quilos de plástico retirados do meio ambiente.
A ação é promovida pela empresa social canadense Plastic Bank, que realiza o trabalho de coleta através de comunidades espalhadas pelo mundo, que trocam os resíduos por dinheiro. A empresa trabalha com o objetivo de fortalecer o movimento de reciclagem social, que combate o plástico nos oceanos e ajuda a aliviar a pobreza.
Os participantes do projeto recolhem o plástico em um raio de até 50 quilômetros de zonas costeiras e levam o material para algum ponto de coleta cadastrado. Os coletores recebem um valor oferecido em cada posto pelo quilo de material plástico mais uma bonificação de cerca de 35 centavos por venda - a chamada economia circular.
São 35 comunidades de coleta no Brasil, divididas entre Rio, São Paulo e Espírito Santo. No país, já foram recolhidos mais de 250 milhões de garrafas plásticas, o que representa 5% do material contabilizado pela empresa em todo o mundo. Em 2023 o grupo atingiu a marca global de 100 milhões de quilos de resíduos plásticos coletados.
"Isso não é apenas um sonho. É uma conquista notável de nossas comunidades de reciclagem que coletaram cada peça manualmente, abrindo, com isso, seus próprios caminhos para sair da pobreza", celebrou o fundador e presidente da Plastic Bank, David Katz.
De acordo com a empresa, o volume recolhido desde a fundação do projeto, em 2013, equivale a 5 bilhões de garrafas de plástico de 500 ml. Desde sua criação, o movimento de reciclagem social da Plastic Bank se espalhou para mais de 550 comunidades em todo o Sudeste Asiático, América Latina e África.
Todas as trocas feitas ao longo da cadeia de reciclagem são registradas por meio de uma plataforma própria protegida por blockchain, que ajuda a verificar relatórios, possibilita uma coleta rastreável e garante a renda aos coletores.
O material recebido é processado e transformado no "Plástico Social", que, após o beneficiamento, pode ser reintegrado em novos produtos e embalagens, como parte de uma cadeia circular de suprimentos.
Em 2021 a Organização na Nações Unidas (ONU) emitiu um relatório em que aponta que 85% do lixo marinho é composto por plástico. De acordo com o estudo, os plásticos são a maior, mais prejudicial e mais persistente fração dos dejetos encontrados no mar.
"Estamos em uma encruzilhada. Podemos continuar pelo caminho do consumismo ou podemos embarcar em uma jornada profunda de regeneração", declarou Katz.
Já em 2023, a ONU emitiu um novo relatório em que aponta soluções para reduzir a poluição plástica em até 80% e criar uma economia circular até 2040. O documento aponta que as empresas precisam começar a pensar em reutilizar, reciclar e reorientar e diversificar seus produtos.
*Reportagem da estagiária Bruna Bittar, sob supervisão de Iuri Corsini
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